Se esta vida é sem futuro,
morte é beco sem saída.
Face a ela, não perduro;
folha sou no chão caída.
Se tal fado se afigura
e o acolho, mesmo em sonho,
eiva isso de amargura
toda a rima que componho.
Ir embora já é triste.
Quanto mais o pesadelo
do o adeus à própria vida...
Permanente é quanto existe.
Sou eterno. Que bom sê-lo,
despedindo a Despedida.
João d’Alcor