A família tem sido o último reduto onde as
pessoas podem acolher-se para terem paz e ganharem energia para os combates do dia-a-dia.
Mas, para isso, a vida familiar tem que ter estabilidade.
Esta estabilidade,
porém, está constantemente a ser ameaçada pelos múltiplos factores adversos que
a sociedade de hoje criou e que, muito particularmente, a sociedade portuguesa
está a viver.
Que condições seriam,
então, necessárias existirem para que uma família pudesse funcionar
adequadamente, de modo a preservar tal estabilidade?
Ora,
para que uma família funcione torna-se necessário que cada um dos seus membros
consiga satisfazer, no seu seio, as suas necessidades básicas. E estas passam,
no que se refere ao casal, por aspectos de natureza afectiva, de compreensão sobre
os factos e as circunstâncias e sobre aquilo que de essencial os une, no que se
refere aos valores.
A
insatisfação, o bloqueio ou o desencontro de alguns desses aspectos conduzem ao
sofrimento, à infelicidade e irão provocar tensões no seio familiar. E quando nada
se tenta fazer para diminuir essas tensões, está a abrir-se o caminho ao
distanciamento dos cônjuges, à discussão permanente, à violência conjugal, que
terão como desfecho a separação e o divórcio.
Ora, sabe-se quanto
de traumático o divórcio, mesmo quando ele se faz de modo civilizado, é para cada
um dos pais mas, principalmente, para os filhos. Não raramente a separação dos
pais, por maiores que sejam os seus esforços para evitarem sequelas nos filhos,
deixa marcas nestes para toda a vida!
Preservar a
estabilidade familiar torna-se, pois, uma obrigação de toda a sociedade, pais
incluídos.
Mário Freire