Como
se pode calcular e sabemos de experiência, não faltavam ideias e desejos, quase
sempre incumpríveis por falta de meios.
Toda
esta acção legislativa produziu os seus efeitos no sentido de se incrementar a
instrução primária e popular, dotando algumas localidades de edifícios
escolares construídos com esta finalidade. Os poucos existentes na época eram
residências familiares adaptadas a escolas, quando não servia de escola a própria
casa do professor.
Terminarei
esta evocação do Conde Ferreira, citando D. António da Costa: “Como homem, o Conde
de Ferreira não podia ser isento de imperfeições. Se as teve, desconte-lhas a
caridade, de que ele na hora extrema foi tão magnânimo para a instrução
popular. E quando de dentro de todos aqueles edifícios escolares se elevarem,
de geração em geração, os cantos infantis de tantas crianças, exulte o espírito
do benfeitor, por ter concorrido para iluminar os entendimentos que jaziam nas
trevas” .
Os efeitos deste nobre
gesto, espalhando os benefícios da cultura aos mais carenciados, estenderam-se
por todo o País.
O
projecto fornecido com a planta do edifício escolar era mais ou menos uniforme,
com ligeiras adaptações às características topológicas de cada localidade. Mas
a doação do benemérito destinava-se a 120 localidades que, uma vez aderentes,
tinham também de dar o seu contributo, quer no terreno destinado à construção,
quer em mão de obra, quer nos materiais e restantes despesas.
A
doação feita em 1866 era de 144.000$000 de réis, pelo que caberiam a cada
localidade 1200$000 réis, pois que se destinava a 120 edifícios. De todo o
País, conforme se deduz da leitura do mapa que ilustra este artigo.
Francisco Goulão