quarta-feira, 5 de março de 2014

A TERCEIRA IDADE E O AMBIENTE


Considera-se a velhice uma terceira idade. Com o aumento actual da esperança de vida, fala-se ainda de uma quarta idade, que seria um período difícil de determinar por escapar ao critério cronológico. A quarta idade seria uma fase da vida em que o organismo já não consegue satisfazer as exigências do meio ambiente.
Envelhecer pressupõe alterações físicas, psicológicas e sociais no indivíduo. Tais alterações são naturais e gradativas, dependentes das condições genéticas e do modo de vida. Uma alimentação adequada, a prática regular de exercício físico, a exposição moderada ao sol, a estimulação mental, o controlo do stress, o apoio psicológico da comunidade e uma atitude positiva perante a vida são alguns dos factores que podem retardar ou minimizar os efeitos da passagem do tempo.
Os idosos acumulam no seu organismo, ao longo da vida, contaminantes ambientais indutores da doença, tais como os metais pesados e os PCBs, estes presentes em grande quantidade de materiais sintécticos.
A visão da necessidade de atenção global à saúde da população idosa era, até meados do século passado, pouco relevante devido ao reduzido número de indivíduos dessa faixa etária nas sociedades de então. Nas últimas décadas, com o crescente aumento de idosos no mundo, houve um reconhecimento das implicações decorrentes do envelhecimento e da sua importância. As actividades de promoção de saúde deverão incluir a actuação nos campos biológico, psicossocial, político e legal, entre outros.
            O processo de envelhecimento caracteriza-se também pela diminuição das defesas do organismo que, somada à exposição durante anos a inúmeros factores de risco, muitos de natureza ambiental, tem tornado os idosos mais vulneráveis às doenças. Tornam-se então grandes consumidores dos recursos destinados à saúde - 90% das despesas em saúde dum individuo são realizadas nos últimos 10 anos de vida, referiu em entrevista pública um dos nossos brilhantes responsáveis políticos do sector.
A situação é difícil e os profissionais que acompanham os idosos não estão ainda suficientemente preparados para lidar com a complexa interação entre as doenças e com os factores de natureza sócio-cultural e ambiental que actuam como determinantes da sua saúde.

                                    FNeves