Descolamento da retina (imagem retirada do livro-guia da exposição "Visões")
Este é o título de uma
exposição que se encontra patente no Museu Nacional de História Natural e da
Ciência, em Lisboa, até ao dia 29 de Junho próximo. Não se trata de imagens
vistas em sonhos, de aparições fantásticas ou de algo que não tem a ver com a
realidade. Não. O que ali se vê é bem concreto; é a realidade que reflecte a
complexidade do nosso aparelho visual mas que se encontra traduzida em imagens
que parecem irreais.
Esta exposição é,
simultaneamente, uma obra de arte, uma lição sobre a anatomia e a fisiologia da
visão, uma mostra de como a tecnologia de última geração pode ser aplicada à
cirurgia ocular e, finalmente, uma lição de respeito pela vida humana e de humildade.
É uma obra de arte descrita
através de fotografias que, parecendo irreais, quais quadros de Dali, Matisse,
Miró ou Vieira da Silva, todas elas contam histórias reais.
É uma lição de
anatomia e de fisiologia porque, através de uma estrutura de cerca de 7 metros
que reproduz o interior do olho humano, se mostram imagens de alguns dos seus
constituintes e a sua ligação ao todo poderoso cérebro, através de impulsos gerados
naquele pela luz.
É uma mostra de
tecnologia de ponta aplicada à cirurgia ocular porque se evidencia a junção da
fotografia digitalizada com a informática e a luz, emitida ou não por lasers,
em que é possível, a 3D, observar o campo em que o cirurgião se movimenta.
Finalmente, desta
exposição pode retirar-se uma lição quer de grande respeito para com a vida
humana, perante a complexidade dos mecanismos da visão, quer de humildade,
frente ao desconhecido que estão para lá desses mesmos mecanismos.
Refira-se que o autor
desta exposição, que reflecte um pouco do seu trabalho de cirurgião e de
investigador mas também de artista, é o Dr. António Travassos.
Mário Freire