quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

UMA NOVA VISÃO DE AMOR


Temos a tendência para acreditar que o amor é um sentimento que se vive apenas com determinadas pessoas e muito frequentemente canalizamos aquilo a que chamamos amor para uma só pessoa, como se a inexistência de esse alguém nos roubasse o sentido à vida.
Estudos recentes sobre o amor vêm-nos mostrar outra perspectiva: antes de mais, o Amor é uma experiência corporal, celular. Não se trata de um romance nem de uma experiência sexual, nem de uma relação profunda entre seres, mas sim de uma ligação partilhada com outros, sejam eles vistos como a nossa ‘alma gémea’ ou alguém desconhecido. Podemos vivenciar micro-experiências emocionais de amor desde que sintamos uma ligação forte e racionalmente inexplicável.
Normalmente, associamos as emoções a eventos intimamente privados, limitados à ligação mental e corporal com outra pessoa. Alargar a visão do amor faz estremecer esta lógica. Quando se dá um ‘click’ entre duas pessoas surge uma sincronia intensa a vários níveis que se reflete na chamada ressonância positiva.
O Amor traduz-se, assim, numa onda de boas sensações corporais que tem lugar entre duas ou mais pessoas. O nosso corpo tem a capacidade para captar e vivenciar estes micro-momentos de ressonância positiva através do contacto ocular. Encontrar o olhar de outra pessoa é a chave que abre o portão para a sincronia celular.
A vivência deste tipo de amor, estendido a encontros diários com outros seres humanos, desperta em nós emoções e sentimentos positivos (alegria, gratidão, generosidade, amabilidade, etc.), o que se traduz inevitavelmente em bem-estar físico e psicológico.
Podemos dar espaço para estes encontros, independentemente de estarmos num período de maior sofrimento ou de vivermos uma relação amorosa a dois. O amor não tem limites, pelo que entregarmo-nos a cultivar momentos de ressonância positiva é curativo e parece mágico pela dificuldade de se explicar, mas é real!

                                      Rossana Appolloni