Temos
a tendência para acreditar que o amor é um sentimento que se vive apenas com
determinadas pessoas e muito frequentemente canalizamos aquilo a que chamamos
amor para uma só pessoa, como se a inexistência de esse alguém nos roubasse o
sentido à vida.
Estudos
recentes sobre o amor vêm-nos mostrar outra perspectiva: antes de mais, o Amor
é uma experiência corporal, celular. Não se trata de um romance nem de uma
experiência sexual, nem de uma relação profunda entre seres, mas sim de uma
ligação partilhada com outros, sejam eles vistos como a nossa ‘alma gémea’ ou
alguém desconhecido. Podemos vivenciar micro-experiências emocionais de amor
desde que sintamos uma ligação forte e racionalmente inexplicável.
Normalmente,
associamos as emoções a eventos intimamente privados, limitados à ligação
mental e corporal com outra pessoa. Alargar a visão do amor faz estremecer esta
lógica. Quando se dá um ‘click’ entre duas pessoas surge uma sincronia intensa
a vários níveis que se reflete na chamada ressonância positiva.
O
Amor traduz-se, assim, numa onda de boas sensações corporais que tem lugar
entre duas ou mais pessoas. O nosso corpo tem a capacidade para captar e
vivenciar estes micro-momentos de ressonância positiva através do contacto
ocular. Encontrar o olhar de outra pessoa é a chave que abre o portão para a
sincronia celular.
A
vivência deste tipo de amor, estendido a encontros diários com outros seres
humanos, desperta em nós emoções e sentimentos positivos (alegria, gratidão,
generosidade, amabilidade, etc.), o que se traduz inevitavelmente em bem-estar
físico e psicológico.
Podemos
dar espaço para estes encontros, independentemente de estarmos num período de
maior sofrimento ou de vivermos uma relação amorosa a dois. O amor não tem
limites, pelo que entregarmo-nos a cultivar momentos de ressonância positiva é
curativo e parece mágico pela dificuldade de se explicar, mas é real!
Rossana
Appolloni