O processo
de integração económica, social, cultural e espacial a que se chamou
globalização tornou mais baratos e mais acessíveis muitos produtos de consumo
corrente. A situação não é nova. Para se ser mais preciso, as sociedades estão
em processo de globalização há muito tempo. No entanto, no final do século passado,
principalmente após a Segunda Guerra Mundial, a globalização intensificou-se de
modo nunca visto.
Poderemos
dizer que há uma verdadeira revolução tecnológica nas comunicações, na
informática e na electrónica, que o mundo está cada vez mais dividido em blocos
comerciais que competem entre si e ainda que as culturas populares locais
tendem a ser substituídas por uma cultura global.
Contudo, a
globalização é um fenómeno muito complexo e continuam a discutir-se os seus
resultados. Um dos aspectos negativos apontados nessas discussões é a grande
instabilidade económica que se cria no mundo, pois qualquer fenómeno que
acontece num determinado país atinge rápidamente outros países.
Por sua vez, um dos aspectos
positivos, apontados pelos defensores da globalização, é o modo como são
facilitadas as relações culturais e económicas duma forma rápida e eficiente.
Se é verdade
que existem aspectos positivos e negativos, uma coisa não pode negar-se: ela
está a causar problemas ambientais de natureza global.
A Terra
depende de cada uma das suas partes. Essas partes dependem umas das outras.
Elas interagem, constituindo-se numa rede complexa de relações.
Hoje sabemos
que existem problemas ambientais que atingem os países, independentemente da
existência de fronteiras. As conseqüências de um problema ambiental local podem
passar, muitas vezes, além desses limites – e de forma imprevisível.
Existem
vários problemas ambientais globais, tais como a contaminação das águas
subterrâneas, o agravamento do chamado “efeito estufa”, a ocorrência de “chuva
ácida”, a emissão descontrolada de radioactividade tal como aconteceu na
central nuclear de Chernobyl, que tive a oportunidade de visitar ainda em
funcionamento, e a redução da quantidade do ozono nas camadas mais altas da
atmosfera, entre outros.
De referir que o ozono está
presente em toda a atmosfera, tanto na parte mais alta em que tem acção
protectora como na parte mais baixa. Nesta, ele é indesejado, pois é, em grande
parte, resultado da poluição automóvel.
Não podemos
separar o homem do ambiente que o rodeia. Formamos um único sistema. Proteger o
meio ambiente é garantir a nossa sobrevivência e a do nosso planeta. Tal
sobrevivência não será possível se se verificar nos países emergentes um
aumento de consumo, embora justo, do mesmo tipo que se verifica nos países
ditos desenvolvidos. A razão é simples: para que toda a população mundial
pudesse consumir a mesma quantidade de bens agrícolas e industriais que os
cidadãos do mundo desenvolvido, a quantidade de matérias-primas e de energia
necessárias seria de seis a nove vezes as que existem no nosso planeta.
FNeves