A
prática da meditação tem uma história muito antiga e as suas ramificações são
muitas. Talvez seja mais correto falar de meditações ou de técnicas de meditação.
Já a própria palavra meditar pode
desorientar na medida em que o seu significado varia segundo as interpretações:
vai desde um simples pensar em qualquer coisa a uma profunda reflexão sobre um
assunto, passando por um sentido mais religioso como ritual de culto.
A
sua origem vem do latim medeor (que
encontramos em medicamento) e que
significa curar. Ora, isto significa que já os povos antigos tinham percebido
que as práticas de meditação e a sua virtude terapêutica estavam interligadas.
Independentemente do tipo de meditação que se pratica, há eixos comuns a todas
elas, nomeadamente a procura de uma calma mental duradoura.
Quem
se dedica regularmente à meditação modifica a atividade cerebral. A comprovar
esta afirmação são já várias investigações de natureza científica. A pergunta
que se faz é: em que medida é que meditar pode curar?
Foram
feitos estudos na Universidade de Ontário, utilizando uma amostra de sujeitos
que sofriam de depressão. A amostra foi dividida em três grupos e cada um
recebeu um tipo de terapia diferente: toma de antidepressivos, toma de placebo
e prática de meditação. Esta última foi a que demonstrou ter mais sucesso.
No
que respeita ao problema da dor crónica, os resultados foram semelhantes,
segundo um estudo da Universidade da Carolina do Norte. A intensidade de dor
percecionada pelos praticantes de meditação foi 40% inferior relativamente aos
restantes. Esta diminuição da intensidade da dor está relacionada com o aumento
da atividade do córtex anterior cingulado e com uma baixa atividade da ínsula
anterior, regiões do cérebro que intervêm na regulação cognitiva da dor.
Mesmo
para quem não sofre de nenhum destes males, a meditação é salutar. Trata-se de
uma prática que exige perseverança, mas cujos efeitos benéficos já ninguém põe
em causa.
Rossana
Appolloni