Os grandes objectivos
educacionais têm em vista proporcionar aos alunos não só a aquisição de conhecimentos
e o desenvolvimento de capacidades que lhes permitam compreender e mover-se,
pelo menos satisfatoriamente, no mundo em que vivemos como dar-lhes um espírito
crítico que os façam ser pessoas eticamente intervenientes na sociedade.
Tais objectivos, no entanto, não são
suficientes para uma autêntica acção educativa no nosso universo globalizado e
interactivo em que nos movemos. Eles têm, também, que se preocupar com os
métodos e instrumentos que cada um utiliza para o seu desenvolvimento.
Nos dias que correm, em que o aluno,
mediante as tecnologias que lhe estão disponíveis, tem acesso instantâneo à
informação, ele adquire saberes e constrói ambientes que interferem com o
sistema escolar.
Ora, o ambiente de aprendizagem do
aluno é constituído por objectos mas também por pessoas. E são, frequentemente,
estes objectos, com usos múltiplos, que vão veicular a interacção com as
pessoas, independentemente da distância a que elas se encontrem.
Se
estudos, em que se pretendia integrar as informações obtidas através das
diversas actividades do aluno dentro e fora da escola, existiam há já alguns
anos, nos tempos que estamos a viver, com as múltiplas formas, fáceis,
instantâneas e sem fronteiras a que a informação chega aos jovens, esses
estudos ganham uma nova actualidade.
Um
desafio que vale a pena, então, tentar por parte dos educadores e dos que
pensam a educação: como
fazer a articulação entre as aprendizagens de fora e desenvolvê-las e as de
dentro da escola?
Mário Freire