Nos
últimos anos, a questão da competência em matemática tem vindo a adquirir uma
importância crescente. Tem sido identificada como uma das competências
necessárias à realização pessoal, à cidadania activa, à inclusão social e à
empregabilidade na sociedade do conhecimento do século XXI.
Entende-se
que a competência no domínio da matemática não se limita à numeracia básica,
envolvendo um conjunto de conhecimentos, de aptidões e também de atitudes.
Refere-se à capacidade de raciocinar em termos matemáticos, de colocar e
resolver problemas matemáticos, e de aplicar o pensamento matemático à
resolução de desafios da vida real. Está ligada a aptidões como o pensamento
lógico e espacial, à utilização de modelos, gráficos e diagramas, e à
compreensão do papel da matemática na sociedade.
Os
primeiros anos de escolaridade constituem a base para a posterior aprendizagem
da matemática. Identificar as dificuldades nesta fase pode evitar que as
crianças desenvolvam estratégias desadequadas e concepções erradas susceptíveis
de se tornarem, a longo prazo, obstáculos à aprendizagem. Uma intervenção
precoce pode, igualmente, combater a ansiedade, um factor potencialmente
significativo entre os alunos mais velhos. Os jovens receiam frequentemente a
matemática e alguns alteram mesmo as suas opções de formação, para evitar esta
disciplina.
Considera-se
como fraco o aproveitamento em que o desempenho do aluno é inferior ao nível de
sucesso esperado; ocorre por variadas razões, algumas relacionadas com a escola,
outras associadas a dificuldades de aprendizagem, tal como a discalculia (uma
condição que afecta a capacidade de adquirir competências aritméticas).
O
fraco aproveitamento na disciplina de matemática constitui uma preocupação
comum a todos os países europeus. É uma questão associada não apenas à eficácia
do ensino e da aprendizagem, mas também ao meio familiar dos alunos. Deste, são
de referir o nível de escolaridade e a profissão dos pais, a forma como ajudam
os filhos nos trabalhos de casa e a disponibilidade de recursos no domicílio,
como um local sossegado para estudar ou uma ligação à Internet.
Têm-se
ensaiado várias estratégias para apoiar os alunos com mais dificuldades. A
adopção de métodos pedagógicos inovadores poderá ajudar a melhorar as atitudes,
aumentar os níveis de desempenho e abrir novas possibilidades de aprendizagem.
Para
terem êxito as estratégias para combater o fraco aproveitamento precisam de
integrar os vários aspectos do ensino e da aprendizagem, nomeadamente o
conteúdo e a organização do currículo, as práticas lectivas e a formação
inicial e contínua dos professores.
Para
concluir, diremos que a falta de especialistas em matemática e domínios afins
pode afectar a competitividade das economias e os esforços para superar a crise
económica e financeira actual.
FNeves