Uma
enfermeira escreveu um livro que relata testemunhos de doentes terminais acerca
dos arrependimentos que sentiam sobre a própria vida. Desses relatos, a autora
evidenciou cinco:
1) Gostaria de ter tido a coragem de viver uma
vida fiel a mim mesmo e não a vida que os outros esperavam de mim. A pessoa
que abdica de si própria para fazer algo pelos outros vai acabar exigir algo em
troca, mesmo inconscientemente, para compensar o que perdeu para si. Se o outro
não retribuir, surge um sentimento de desilusão e tristeza. Quando deixamos de
fazer uma coisa que é importante para nós para fazer algo que é importante para
outra pessoa, sentimos perder algo e procuramos recompensas.
2) Gostaria de não ter trabalhado tanto. Se
tivermos um trabalho na nossa vida que nos enriquece, que nos transforma, que
melhora a nossa vida, quer do ponto de vista material quer como de ser humano,
essa cobrança raramente acontece. Se, pelo contrário, o trabalho for um peso,
vamos sentir a falta do tempo que lhe dedicámos.
3) Gostaria de ter tido a coragem de expressar
os meus sentimentos. No fim da vida perdemos a nossa capacidade de fingir e
questionamo-nos acerca do que poderíamos ter dito e feito. Por mais terrível
que a pessoa seja, à beira da morte tende a manifestar o que tem de bom por
dentro, ou seja, começa a demonstrar os próprios sentimentos e afeto pelos
outros.
4) Gostaria de ter mantido contacto com os meus
amigos. Na maioria das vezes, as relações que temos com os amigos são mais
honestas e verdadeiras do que as que temos com a nossa própria família. No
entanto, as obrigações familiares e profissionais que se criam levam-nos a não
ter tempo para os amigos e as amizades vão-se perdendo.
5) Gostaria de me ter deixado ser mais feliz.
Este arrependimento acaba por ser um resumo de todos os outros. Trata-se da
capacidade de sairmos da nossa zona de conforto e mudarmos velhos hábitos ou
padrões que nos condicionam. Há acontecimentos na vida que nos fazem parar,
olhar para trás e perguntarmo-nos se valeu a pena. Não deixe que a sua vida
chegue a um ponto em que já não tem retorno e mude o que ainda pode com vista a
uma vida mais feliz!
Rossana Appolloni