quinta-feira, 21 de março de 2013

OS JOVENS DIANTE DO ECRÃ



            Num estudo apresentado há tempos no Le Monde dizia-se que os jovens passam 24 vezes mais tempo diante de um ecrã do que de um livro. Assim, eles, entre os 15-24 anos, nos seus tempos livres, estão, em cada dia, diante de um ecrã, televisor e computador, mais de três horas e meia e menos de 10 minutos com um livro. O estudo não referia o tempo passado ao telemóvel e em outros suportes electrónicos.
            Estes números vêm ao encontro de um documento emitido pelo Conselho Nacional de Educação, no ano passado, com o título genérico de Educação para a Literacia Mediática em que, através de vários autores, se chama a atenção para o papel que hoje desempenham os media electrónicos e as suas repercussões nas nossas vidas e, muito especialmente, na dos jovens.
Por isso, a escola não os pode ignorar; pelo contrário, ela terá que fazer deles um elemento            fundamental na formação dos alunos, quer como instrumentos de apoio à aprendizagem, quer como fontes proporcionadoras de informação, quer como objectos de estudo em si próprios e nas suas relações com as pessoas e com a sociedade.
 Relativamente a este último aspecto, o aluno tem que adquirir a consciência de que os media electrónicos são instrumentos com um potencial de risco grande, assim como de condicionamento e de manipulação, proporcionando, por outro lado, a sua intervenção nas grandes causas a favor do ambiente, da solidariedade, da luta contra a discriminação…
Considerando, pois, a importância dos media, o Conselho Nacional de Educação aprovou uma Recomendação sobre Educação para a Literacia Mediática, contendo um conjunto de indicações dirigidas ao Governo e à Assembleia da República. Afinal, se à escola cabe intervir directamente junto do aluno, não é naqueles órgãos de soberania que se jogam as grandes directrizes para a educação?

                                                  Mário Freire