quarta-feira, 27 de março de 2013

MAIS UMAS UMAS NOTAS ACERCA DO MÉTODO DE ENSINO MÚTUO




Não ficaria devidamente esclarecida a informação dada sobre o método a que dedicámos as intervenções anteriores se não se apresentassem provas documentais sobre a extensão e alcance da iniciativa e dos objectivos e obstáculos vencidos na sua aplicação durante o século XIX.
A Aula Normal de Ensino Mútuo existente em Castelo Branco em 1844 encontrava-se necessitada de material de ensino e de recursos indispensáveis ao normal funcionamento. É o que consta do documento existente na Torre do Tombo – 1ª Dº - 1ª Repº - Lº 3 – nº 16
O professor João Dias Antunes recorreu, através deste documento em Dezembro daquele ano, ao Governador Civil do distrito, que exercia em acumulação as funções de Comissário distrital de Estudos, no sentido de obter a solução do problema:
“ Tendo sido a Aula Normal e d’Ensino Mútuo d’esta Cidade augmentada com 4 escrivaninhas e bancos competentes e huma mesa para leccionar na escrita os Alumnos mais adiantados necessita-se para aquellas de 24 pedras e para esta de 4 tinteiros.
Tambem para maior desenvolvimento na leitura e instrução da mocidade muito precisos são pelo menos 12 Manuais Encyclopedicos da 4ª Edição : 12 Catecismos e igual numero de Thesouros de Meninos; 60 canetas , e o arranjo de mais algumas tabelas.” (....)
O pedido foi atendido em curto espaço de tempo, pois no início de Janeiro fez as diligências indispensáveis junto do Ilustríssimo e Exº Conselheiro de Estado, Ministro e Secretário de Estado do Reino.
É com parte deste documento cujo original apresentamos em cópia fidedigna que ilustramos esta notícia. Sobre este assunto deixaremos apenas três notas:
1 – Eram raras estas Aulas, uma vez que a sua administração exigia a intervenção de um ministro  e secretário do Reino;
2 – A Aula era Normal para preparação de novos professores e era frequentada por largas dezenas de alunos, com espaço para 150 alunos.;
3 – Finalmente está bem justificada a carência de docentes habilitados.

                                 Francisco Goulão