Não
ficaria devidamente esclarecida a informação dada sobre o método a que
dedicámos as intervenções anteriores se não se apresentassem provas documentais
sobre a extensão e alcance da iniciativa e dos objectivos e obstáculos vencidos
na sua aplicação durante o século XIX.
A
Aula Normal de Ensino Mútuo existente em Castelo Branco em 1844 encontrava-se
necessitada de material de ensino e de recursos indispensáveis ao normal
funcionamento. É o que consta do documento existente na Torre do Tombo – 1ª Dº
- 1ª Repº - Lº 3 – nº 16
O
professor João Dias Antunes recorreu, através deste documento em Dezembro
daquele ano, ao Governador Civil do distrito, que exercia em acumulação as
funções de Comissário distrital de Estudos, no sentido de obter a solução do
problema:
“
Tendo sido a Aula Normal e d’Ensino Mútuo d’esta Cidade augmentada com 4
escrivaninhas e bancos competentes e huma mesa para leccionar na escrita os
Alumnos mais adiantados necessita-se para aquellas de 24 pedras e para esta de
4 tinteiros.
Tambem
para maior desenvolvimento na leitura e instrução da mocidade muito precisos
são pelo menos 12 Manuais Encyclopedicos da 4ª Edição : 12 Catecismos e igual
numero de Thesouros de Meninos; 60 canetas , e o arranjo de mais algumas
tabelas.” (....)
O
pedido foi atendido em curto espaço de tempo, pois no início de Janeiro fez as
diligências indispensáveis junto do Ilustríssimo e Exº Conselheiro de Estado, Ministro
e Secretário de Estado do Reino.
É
com parte deste documento cujo original apresentamos em cópia fidedigna que
ilustramos esta notícia. Sobre este assunto deixaremos apenas três notas:
1 –
Eram raras estas Aulas, uma vez que a sua administração exigia a intervenção de
um ministro e secretário do Reino;
2 –
A Aula era Normal para preparação de novos professores e era frequentada por
largas dezenas de alunos, com espaço para 150 alunos.;
3 –
Finalmente está bem justificada a carência de docentes habilitados.
Francisco Goulão