quarta-feira, 13 de março de 2013

COMO FUNCIONAM OS NEURÓNIOS-ESPELHO



Quando observamos alguém a realizar uma determinada ação, ativamos no nosso cérebro os mesmos neurónios de quando somos nós a realizar essa mesma ação, o que nos leva a compreender com facilidade o comportamento dos outros. Se estivermos perante um rosto de tristeza ou de alegria ou se vemos alguém pegar numa chávena para beber um café, a nossa cadeia de neurónios ativa-se no nosso cérebro, colocando-nos na posição de imitar no nosso corpo e na nossa mente a emoção, a sensação ou a ação em curso. É como se o nosso cérebro criasse dentro de si uma cópia daquela pessoa, com o objetivo de a perceber e de entrar em sintonia com ela.
O sistema dos neurónios-espelho entra em atividade para as ações já conhecidas mas também para a aprendizagem de novas. Uma criança, ao imitar os comportamentos de outra pessoa, identifica-se com ela, estabelecendo um contacto imediato, a qual lhe permite absorver os modelos, os esquemas e a linguagem de interação e de reconhecimento.
            Este é o processo natural de aprendizagem. Descobertos nos anos ’90 por neurocientistas italianos, estes neurónios-espelho estão na base da explicação de algumas formas de autismo. Parece que o mau funcionamento deste sistema é o que impede os autistas de entrarem em relação com os outros, pois não percebem o significado das suas ações nem das emoções mais comuns expressas pelo rosto das pessoas à sua volta.
Quando, pelo contrário, temos este sistema bem desenvolvido, somos capazes de entrar em relação, uma vez que nos espelhamos uns nos outros. Assim, visto que a nossa tendência natural é imitarmos os outros por um reflexo neuronal cerebral existente, é importante circundarmo-nos de pessoas positivas, frequentarmos ambientes saudáveis e sermos nós próprios também portadores de positividade pois a interação também é uma oportunidade para aprendermos as ações que vemos e estimularmos as emoções correspondentes.

                                   Rossana Appolloni