Quando
observamos alguém a realizar uma determinada ação, ativamos no nosso cérebro os
mesmos neurónios de quando somos nós a realizar essa mesma ação, o que nos leva
a compreender com facilidade o comportamento dos outros. Se estivermos perante
um rosto de tristeza ou de alegria ou se vemos alguém pegar numa chávena para
beber um café, a nossa cadeia de neurónios ativa-se no nosso cérebro,
colocando-nos na posição de imitar no nosso corpo e na nossa mente a emoção, a
sensação ou a ação em curso. É como se o nosso cérebro criasse dentro de si uma
cópia daquela pessoa, com o objetivo de a perceber e de entrar em sintonia com
ela.
O sistema dos
neurónios-espelho entra em atividade para as ações já conhecidas mas também
para a aprendizagem de novas. Uma criança, ao imitar os comportamentos de outra
pessoa, identifica-se com ela, estabelecendo um contacto imediato, a qual lhe
permite absorver os modelos, os esquemas e a linguagem de interação e de
reconhecimento.
Este é o processo natural de
aprendizagem. Descobertos nos anos ’90 por neurocientistas italianos, estes
neurónios-espelho estão na base da explicação de algumas formas de autismo.
Parece que o mau funcionamento deste sistema é o que impede os autistas de
entrarem em relação com os outros, pois não percebem o significado das suas
ações nem das emoções mais comuns expressas pelo rosto das pessoas à sua volta.
Quando,
pelo contrário, temos este sistema bem desenvolvido, somos capazes de entrar em
relação, uma vez que nos espelhamos uns nos outros. Assim, visto que a nossa
tendência natural é imitarmos os outros por um reflexo neuronal cerebral
existente, é importante circundarmo-nos de pessoas positivas, frequentarmos
ambientes saudáveis e sermos nós próprios também portadores de positividade
pois a interação também é uma oportunidade para aprendermos as ações que vemos
e estimularmos as emoções correspondentes.
Rossana
Appolloni