segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

QUEM ENSINA A PAZ?



Comemora-se no dia 1 de Janeiro o Dia Mundial da Paz.
Numa altura em que ainda está na memória o sofrimento dos pais daquelas crianças que foram mortas enquanto aprendiam na escola; num tempo em que é excepção a ocorrência de atentados à bomba no Paquistão, Iraque e Síria, devastando vidas inocentes; quando se lê que só na zona de Lisboa se registaram 331 casos de violência doméstica sobre idosos, sem que o ano tivesse terminado, e que nos últimos 5 anos os tribunais portugueses proferiram 208 condenações por homicídio conjugal, não podemos deixar de nos interrogar em que sociedade se está a viver?!
Será que a inovação tecnológica, que tanto aproxima aqueles que a distância separou, não consegue encurtar a distância afectiva entre as pessoas? Quais as causas, então, destas barreiras que nos impedem de vivermos numa sociedade pacífica e que faz da paz um bem, aparentemente, escasso?
Julgo que várias instâncias das sociedades contemporâneas devem ser responsabilizadas pelo construir da paz ou pelo gerar das guerras e violências, a saber:
Família: uma família que não considere a paz como valor primeiro, gera instabilidade nos elementos que a compõem, filhos inseguros e promove a intolerância e a agressividade.
Estado: um Estado que não estabeleça a justiça social como prioridade está a fomentar a desigualdade, a insubordinação e a revolta.
Escola: ela não deve limitar-se, apenas, a ensinar conteúdos académicos. Incentivar os alunos a modificar comportamentos no sentido da cordialidade, da compreensão mútua e da aceitação das diferenças é contribuir para uma sociedade mais pacífica.
Religião: todas as religiões devem ser factores promotores da paz. Só um Deus incoerente pretenderia que aqueles que Ele criou se destruíssem pela guerra.
Enfim, lutar pela paz, sem violência, não apenas no 1º dia do ano, mas sempre e em todas as instâncias da sociedade, é contribuir para a felicidade e o progresso da humanidade.


                                                         Mário Freire