Mudar um hábito que já está
consolidado há tempo é muito difícil: fazer ginástica regularmente,
alimentar-se bem, parar com as compras impulsivas, ou simplesmente ter o
escritório arrumado, são exemplos de práticas que podem levar uma pessoa à
frustração caso queira adquiri-las e não consegue. Mas porque será que é tão
difícil adquirir novos hábitos se as intenções são boas?
Faz parte da natureza humana arrancar
com grandes objetivos. No entanto, como frequentemente se desiste deles antes
de os conseguir atingir, é melhor começar com pequenas mudanças, com planos a
curto prazo, tendo em vista objetivos ao seu alcance de forma a aumentar a
autoconfiança para depois avançar para metas mais ambiciosas.
Por outro lado, é importante
encontrar uma motivação pessoal, que o possa fazer sentir-se realizado e com a
sensação de ter o seu próprio destino sob controlo. Ou seja, perguntar-se qual
a verdadeira razão de querer uma tal mudança e encontrar a resposta numa
motivação só sua e não numa pressão externa. Pode ser útil pensar em como esta
mudança de comportamento pode contribuir para vir a ser a pessoa que deseja ou
de que forma pode contribuir para melhorar a sua relação com os outros.
Por fim, necessita de criar novas rotinas, que
tornem os comportamentos desejados em automatismos, afastando assim os velhos
hábitos. No fundo, é preparar-se para reagir a situações específicas, como por
exemplo, no caso de querer deixar de fumar, recusar um cigarro se lhe for
oferecido um.
Por norma, é muito mais fácil
encontrar razões que justifiquem os nossos maus hábitos do que as que
justificam os novos. O ser humano é feito de hábitos, daí ser tão difícil
deixar os antigos, por muito maus que sejam. Um primeiro passo é reconhecer a
dificuldade em mudar, pois ajuda-nos a sermos menos austeros connosco quando
estamos em vias de mudança e a aceitar melhor os nossos limites, criando assim
espaço para que seja tudo mais natural.
Rossana Appolloni