sábado, 15 de dezembro de 2012

"ESCOLA E CIDADANIA"



Francisco Goulão é um estudioso da História Local e um pesquisador da História da Educação em Portugal. Colaborou, ainda, na obra Liceus de Portugal, sendo presença, igualmente, na Revista História. Como historiador local tem vários trabalhos sobre Monforte da Beira, aldeia de que é natural, assim como de Proença-a-Nova. Como investigador da História da Educação, publicou, entre outras, a obra Instrução Popular da Beira Baixa, em 3 volumes e Problemas da Instrução Popular da Beira Baixa.
            Mas não era sobre estes estudos que desejaria debruçar-me mas sobre um outro, agora saído, embora datado de 2011, denominado de Escola e Cidadania – Teoria e Prática na Aprendizagem. Trata-se de um trabalho em que o autor, analisando o período que vai do Marquês de Pombal até aos nossos dias, apresenta como tese que “as dificuldades sentidas presentemente na evolução da aprendizagem e formação do tecido empresarial… são consequência de deficiências longínquas dos sistemas político, educativo e social”. Por isso, “importa analisar, de forma a extrair as ilações indispensáveis para diagnóstico correcto”.
Depois da apresentação e contextualização do tema, o estudo descreve a evolução das aprendizagens escolares e tecnológicas em França, Alemanha e Inglaterra, com ênfase no século XIX.
Segue-se um conjunto de propostas feitas por pedagogos e políticos, o primeiro dos quais é Luís da Silva Mousinho da Silveira, que exerceu funções equivalentes às de 1º ministro durante a Regência liberal. O autor termina este capítulo com a referência detalhada a Faria de Vasconcelos, um nome alto da educação da 1ª República e do Movimento da Escola Nova portuguesa.
O livro conclui-se com uma reflexão sobre a situação actual. Ora, esta ainda não tomou em devida conta os múltiplos contributos e experiências que, ao longo do livro, foram explicitados e que urge repensá-los. O passado não se repete; mas pode contribuir para construir um futuro melhor. Mesmo na educação!
 

                                             Mário Freire