quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

NEURÓNIOS-ESPELHO




Porque será que os outros contagiam o nosso estado de espírito? Se encontrarmos alguém sorridente facilmente ficamos bem-dispostos, mas se encontrarmos alguém ansioso e stressado acabamos por nos sentir também angustiados.
Uma das explicações para este fenómeno são os chamados neurónios-espelho, isto é, células cerebrais que disparam quando vemos alguém realizar uma determinada ação ou sentir uma emoção, células essas que nos levam a identificarmo-nos com esse mesmo estado. Este mecanismo espelho transforma o que os outros fazem e sentem na própria experiência do observador, provocando assim a chamada empatia.
 A emoção que outra pessoa evoca no observador não é idêntica, mas leva esse observador a compreendê-la. Isto explica a nossa capacidade de nos pormos em relação com os outros ou de, por exemplo, nos emocionarmos com uma cena de um filme.
Quando observamos alguém, ativamos no nosso cérebro os mesmos neurónios de quando somos nós a fazer o que essa pessoa está a fazer, o que nos faz perceber o outro sem pormos em ato qualquer tipo de raciocínio.
O sistema espelho entra em ação só quando o sujeito observa comportamentos que ele próprio já executou anteriormente. Por esse motivo é que a nossa tendência natural é aproximarmo-nos de pessoas semelhantes a nós, pois reconhecemos mais facilmente as suas ações como sendo nossas. Assim, quanto mais experiências tivermos, maior a nossa capacidade de compreensão perante a diversidade de comportamentos dos outros, pois teremos um maior leque de referências internas.
Paralelamente às ações, também as emoções são partilhadas, daí ser tão importante circundarmo-nos de pessoas positivas e de sermos nós próprios positivos: o contágio não é tão superficial como se pode pensar, pois vai ativar fisiologicamente, em nós e nos outros, os neurónios cerebrais correspondentes!

                                 Rossana Appolloni