Porque
será que os outros contagiam o nosso estado de espírito? Se encontrarmos alguém
sorridente facilmente ficamos bem-dispostos, mas se encontrarmos alguém ansioso
e stressado acabamos por nos sentir também angustiados.
Uma
das explicações para este fenómeno são os chamados neurónios-espelho, isto é,
células cerebrais que disparam quando vemos alguém realizar uma determinada
ação ou sentir uma emoção, células essas que nos levam a identificarmo-nos com
esse mesmo estado. Este mecanismo espelho transforma o que os outros fazem e
sentem na própria experiência do observador, provocando assim a chamada
empatia.
A emoção que outra pessoa evoca no observador
não é idêntica, mas leva esse observador a compreendê-la. Isto explica a nossa
capacidade de nos pormos em relação com os outros ou de, por exemplo, nos
emocionarmos com uma cena de um filme.
Quando
observamos alguém, ativamos no nosso cérebro os mesmos neurónios de quando
somos nós a fazer o que essa pessoa está a fazer, o que nos faz perceber o
outro sem pormos em ato qualquer tipo de raciocínio.
O
sistema espelho entra em ação só quando o sujeito observa comportamentos que
ele próprio já executou anteriormente. Por esse motivo é que a nossa tendência
natural é aproximarmo-nos de pessoas semelhantes a nós, pois reconhecemos mais
facilmente as suas ações como sendo nossas. Assim, quanto mais experiências
tivermos, maior a nossa capacidade de compreensão perante a diversidade de
comportamentos dos outros, pois teremos um maior leque de referências internas.
Paralelamente
às ações, também as emoções são partilhadas, daí ser tão importante
circundarmo-nos de pessoas positivas e de sermos nós próprios positivos: o
contágio não é tão superficial como se pode pensar, pois vai ativar
fisiologicamente, em nós e nos outros, os neurónios cerebrais correspondentes!
Rossana
Appolloni