quarta-feira, 14 de novembro de 2012

RANKING DAS ESCOLAS - A ESCOLARIDADE DOS PAIS



            Dos dados fornecidos pelo Ministério da Educação, relativamente ao ranking das escolas de 2012, verifica-se, de um modo geral, que quanto mais elevadas forem as habilitações dos pais, melhores são os resultados escolares alcançados pelos filhos. Esta relação há muito que era estudada, em contexto académico. Agora, ela é confirmada pelos resultados obtidos junto da maioria dos alunos sujeitos a exames e divulgada perante um público muito mais alargado.
            Significa esta relação que pais com maior nível de escolaridade conseguem envolver-se mais com os estudos e com a escola dos seus filhos do que aqueles cujo nível de escolaridade é menor. Assim, a título exemplificativo, a Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, pelo terceiro ano consecutivo, obteve a melhor média nos exames, de entre as escolas públicas. Ora, os pais dos alunos que a frequentam são os que têm uma escolaridade mais elevada a nível nacional.
            Em situação oposta se encontram os pais cujo nível de escolaridade é baixo. Estes apresentam maiores dificuldades em se envolverem com a escola e com o estudo dos seus filhos. Eles, manifestando menos confiança nas suas capacidades, questionam menos os filhos, preocupando-se mais com as questões de sobrevivência económica. A escola é para eles um espaço em que não se sentem confortáveis.
            É mais difícil, por isso, para estes pais, a comunicação entre a escola e a família. A escola terá, então, que estimular estes pais a virem até ela, não pelos problemas de comportamento ou deficiente aproveitamento dos filhos, mas porque está interessada em lhes propor algo que os possa ajudar na magna e cada vez mais difícil tarefa de educar.

                                                                        Mário Freire