domingo, 18 de novembro de 2012

O RESPEITO PELA DIFERENÇA


Muitas crianças se deparam com a ambivalência de, por um lado, manterem a sua própria cultura familiar ou, por outro, aceitarem a escola com valores, comportamentos e atitudes que lhes são desconhecidos.
O aluno ao confrontar-se com as múltiplas identidades que coexistem na sua vida, tem que aprender equilíbrios nem sempre fáceis, entre valores defendidos no bairro em que vive e valores defendidos na comunidade educativa. Tem que quebrar desconfianças e hostilidades, tem que aprender a apreciar outro tipo de culturas.    
Muitas vezes referenciados como diferentes, ao longo do seu percurso escolar, acabam por se sentir inseguros e perante uma baixa autoestima e medo de errar.
Para objetivar a inclusão, a dinâmica educativa da escola, para além de ter responsabilidade na transmissão dos saberes, deverá criar estratégias que possibilitem enquadrar o perfil do aluno através de uma análise da comunidade em que se insere e do entendimento da sua expressão cultural, o que permitirá desenvolver as suas competências específicas em consonância com a aquisição de conhecimentos.
Numa perspetiva inclusiva é essencial abandonar um processo de racionalização baseado no princípio de ensinar a todos de igual modo.  Na regulação e gestão escolares há que dar valor à diversidade de atribuições e de interesses.
Salienta-se a importância de um sentimento de confiança no professor, da satisfação das necessidades sociais junto da comunidade e do respeito pela expressão individual e coletiva dos jovens e das famílias. Deste modo, torna-se pertinente a emergência de um novo paradigma baseado em valores, conceções e referências e numa reflexão crítica/ colaborativa em busca de uma sociedade mais justa.

                                                             Paula Molarinho