É da responsabilidade da família a tarefa da construção identitária dos seus membros. A família percebida como um mundo afetivo transmite as primeiras experiências necessárias à socialização do indivíduo na vida em sociedade.
O envolvimento dos pais e a dinâmica das famílias torna-se crucial na educação dos jovens. As suas práticas e formas de funcionamento definem consequentemente a diversidade das trajetórias escolares. Analisando-se o clima familiar podemos referir que a família não funciona como um todo homogéneo e harmonioso mas como um espaço de estratégias coletivas. Torna-se importante perscrutar amiudadamente as dinâmicas familiares.
Por outro lado, a escola torna-se cada vez mais central com o desenvolvimento de estratégias sociais no âmbito do quotidiano do jovem.
Em pesquisas realizadas com pais de alunos com sucesso ou insucesso escolar, analisaram-se as diferentes perceções dos pais sobre a escola na perspetiva do desempenho dos filhos e do quotidiano escolar envolvente. Verificou-se que em sua maioria os pais de alunos com sucesso escolar atribuíram a responsabilidade a todos os agentes educativos enquanto os pais de alunos com insucesso escolar atribuíram a responsabilidade apenas à escola e aos professores.
As maiores barreiras ao desenvolvimento da colaboração entre a família e a escola são geralmente resultados de perceções distorcidas e de falta de entendimento mútuo. Estas questões conduzem à reflexão da necessidade de se criarem estratégias de aproximação dos pais ao contexto educativo numa partilha gratificante.
Com base nos diferentes indícios sobre a vida escolar, se os pais percecionam um ambiente de aprendizagem favorável aos filhos, manifestam-se mais confiantes e reconhecem o papel construtivo dos professores na educação dos seus filhos.
Paula Molarinho