quinta-feira, 12 de abril de 2012

A ESCOLHA DE UM CURSO E A REALIZAÇÃO PROFISSIONAL - 2



                                                O conhecimento de si mesmo

                Para se escolher, fundamentadamente, um curso ou uma profissão, há que saber quem se é. Ora, esse conhecimento não é fácil. Por isso, Sócrates, o filósofo da antiguidade grega, teve como lema, orientando a sua vida, o conhecimento de si mesmo e levando os outros, através do diálogo, igualmente, ao conhecimento deles próprios. Só assim, segundo o filósofo, seria possível atingir a verdade; só assim poderia modificar a sua relação com ele mesmo, com os outros e com o mundo.
Essa preocupação em se conhecer deve começar pelo próprio aluno mas outras pessoas há, como os pais, professores e psicólogos, que o podem ajudar numa sua avaliação mais correcta.
                Algumas questões poderiam ser colocadas pelo aluno e de cujas respostas talvez pudessem sair pistas para uma escolha mais acertada. Assim, algumas delas, postas na primeira pessoa, poderiam ser:
                - O que é importante para mim?
                - Até que ponto estou disposto a lutar pelo que acho importante?
                - Quais são as minhas potencialidades e limitações?
                - Em que me considero bom?
                - Do que é que mais gosto de fazer? E de estudar?
                - Prefiro lidar com ideias, pessoas, animais, plantas ou objectos?
                - Gosto de trabalhar em equipa ou prefiro o trabalho solitário?
                …………………………………………………………………………………………….
                Ora, muitas destas questões, e de muitas outras que poderiam ser feitas a respeito do conhecimento de si mesmo, só serão cabalmente respondidas depois de o aluno efectuar experiências variadas, em vários campos de actividade, onde ele, gradualmente, vai tomando maior consciência do que é, do que quer e do que pode fazer bem.
                A escolha de um curso ou de uma profissão é, pois, um processo, isto é, um conjunto de acções que tem em vista um determinado objectivo. Não é algo (não devia ser!) que aparece de repente e que diz qual é a escolha certa. Todos nós possuímos potencialidades e interesses que nos tornam aptos a desempenhar bem múltiplas tarefas. O jovem tem, pois, por si e, se possível, com a ajuda de alguém com idoneidade, de encontrar os caminhos que façam dele um sujeito da sua própria escolha. Mas, para isso, deverá, previamente, tentar responder à questão: que sei eu de mim?

                                                                                  Mário Freire