segunda-feira, 16 de abril de 2012

DA EDUCOLOGIA À INSTRUÇÃO - 4



                                Qualidades a cultivar (Continuação)

Humildade – São características do verdadeiro educador a integridade, antes de tudo aliada ao desejo de servir e valorizar alguém. Há nisso primariamente a dignificação de outrem, sem servilismo nem menosprezo próprio. A humildade tem seu fundamento na verdade. Nesta estão incluídas as próprias falhas. Face a estas, Assagioli tem como normativo “a humildade suficiente para reconhecer nossas próprias deficiências e a boa vontade par as eliminar.”
Humorismo -  É este fruto do bom humor que jocosa e inocentemente sabe tirar partido dos factos e circunstâncias envolventes. Assagioli fala do “dom divino do humorismo.” Vê ele neste uma qualidade indispensável, ao ponto de afirmar que “o bom humor é um dever essencial dos educadores.”
Liberdade – O nascimento é um primeiro passo inconscientemente dado para a autonomia, emancipação e liberdade. Conscientemente, há, nesse direito e sentido, uma caminhada que se impõe e que sistema educativo deve respeitar e apoiar. A liberdade não é algo a conceder, mas sim a reconhecer e respeitar como direito fundamental. Para além dos limites exteriores impostos à liberdade é fundamental a tomada de consciência, a nível transpessoal, de que se trata de uma qualidade inalienável e essencialmente garantida, não obstante malentendidos e represálias. “Bem fazer e deixar falar” é uma divisa adoptada por Assagioli.  
Motivação – Inculcada ou não, é fundamental entender que esta qualidade deve ter  fulcro em nós próprios, sob pena de estagnação e atrofia do processo evolutivo, quer como educandos quer como educadores. A motivação é fruto requerido de uma vontade esclarecida aliada às diversas funções psicológicas, desde a sensação à intuição, passando pelas emoções, pelo pensamento e pela imaginação. 
Optimismo – O verdadeiro optimista vê nos factos, incluindo o pessimismo, uma oportunidade a ter em conta. Sem ser passivo nem ingénuo, faz do sucesso um alvo e vê em cada provação um plinto em vez de uma pedra de tropeço. A nível da personalidade é comum tropeçar e cair num enredo qualquer. O optimista não faz disso uma abstracção mas sim uma ocasião de recurso a um poder de carácter transpessoal a reconhecer em si mesmo e não só.  Assagioli aponta para um apelo e confiança numa resposta adequada, sendo que “esta pode chegar do interior ou do exterior, ou subir das profundezas.”  Agradável ou não, há o benefício de uma lição a colher.

NB – Terá prosseguimento o elenco dos qualificativos a ter em conta.


                                                         João d’Alcor