Qualidades a cultivar (Continuação)
Perseverança – Fundamenta-se esta qualidade na força e persistência da vontade, sendo de ter em conta as implicações e o percurso do acto volitivo, percurso designado este por Assagioli o “Tipperary da vontade”, alusão à famosa marcha do Long Way to Tepperary , figurando, no processo psicossintétiço, o longo caminho a percorrer para atingir uma forma de sentir e agir em que as qualidades da vontade sejam a “expressão directa do Eu transpessoal.”
Reconhecimento – Mais do que a expectativa de ver reconhecido, por parte dos educandos, o seu esforço no sentido de ministrar a educação, o educador coloca o acento na mútua aprendizagem. Atento ao que aprende ensinando e ao que recebe dando, vive, exprime e compartilha a sua gratidão face ao processo de uma valorização comum.
Simpatia – Ao mesmo tempo que inspira os seus educandos, o bom educador neles se inspira. De acordo com a sentença de Lao-Tzu, “o mestre age sem nada fazer e ensina sem nada dizer.” Provém isto da simpatia que jorra e irradia espontaneamente de uma personalidade harmoniosa e harmonizadora, em que a mestria não provém de um conhecedor e administrador de receitas, mas sim da mensagem luminosa do saber-ser aliado ao saber-agir. Na simpatia se processa um elo de uma energia comum caracterizado pelo despertar e pelo bem-estar.
Sinceridade – Piero Ferrucci escreve: “Nós somos programados para sermos sinceros. A mentira possui mil rostos; a verdade um só.” A virtude da sinceridade é expressão directa da verdade. Etimologicamente provém da designação latina sine cera - sem cera – ou seja desprovida de camuflagem. Ela nos liberta do medo e de mecanismos de defesa. Trata-se de uma qualidade fundamental atinente ao relacionamento humano.
Findo aqui este elenco de qualificações, serão tidos em conta, seguidamente, determinados obstáculos a identificar, transformar e integrar.
João d’Alcor