Foram
muitas as autarquias que concorreram e este foi o primeiro passo para o
surgimento, em vários municípios, de norte a sul de Portugal, de edifícios com
uma arquitectura simples, funcional e facilmente identificável. Hoje um marco
na história da educação em Portugal, as designadas "Escolas Conde de
Ferreira" tiveram uma enorme importância para a consolidação do ensino
público[5].
Das
120 escolas previstas no testamento do Conde, foram construídas 91, das quais
21 foram, entretanto, demolidas. As restantes 70 continuam a funcionar para os
mais diversos fins, desde ensino a serviços municipais, passando por sedes de
juntas de freguesias, bibliotecas, museus municipais ou mesmo instalações de
forças de segurança[6].
A
escola Conde Ferreira, seguindo um projecto apresentado em 1866, é encimada por
um pequeno frontão, lembra um campanário, apresentando-se como contraponto da
igreja, com a qual procura concorrer, sendo um símbolo do positivismo nascente,
aliado do progresso e da transformação social. O derramar da lux da instrução
aparecia como o instrumento fundamental da erradicação das trevas da ignorância
e da superstição, uma forma de moralizar e civilizar o povo. O novo templo
dessa crença cívica era a escola.
Também
o Município de Castelo Branco se candidatou a este melhoramento logo que foi
legislada a forma de concurso. Não foi fácil a realização de tal projecto que
era imprescindível.
Que
o leitor me perdoe, mas considero relevante que se gravem para a história as
vicissitudes por que passou tal pretensão, descrição que se vai seguir e
documentar.
Francisco Goulão