quarta-feira, 12 de junho de 2013

O LEGADO DO CONDE FERREIRA - 6


Foram muitas as autarquias que concorreram e este foi o primeiro passo para o surgimento, em vários municípios, de norte a sul de Portugal, de edifícios com uma arquitectura simples, funcional e facilmente identificável. Hoje um marco na história da educação em Portugal, as designadas "Escolas Conde de Ferreira" tiveram uma enorme importância para a consolidação do ensino público[5].
Das 120 escolas previstas no testamento do Conde, foram construídas 91, das quais 21 foram, entretanto, demolidas. As restantes 70 continuam a funcionar para os mais diversos fins, desde ensino a serviços municipais, passando por sedes de juntas de freguesias, bibliotecas, museus municipais ou mesmo instalações de forças de segurança[6].
A escola Conde Ferreira, seguindo um projecto apresentado em 1866, é encimada por um pequeno frontão, lembra um campanário, apresentando-se como contraponto da igreja, com a qual procura concorrer, sendo um símbolo do positivismo nascente, aliado do progresso e da transformação social. O derramar da lux da instrução aparecia como o instrumento fundamental da erradicação das trevas da ignorância e da superstição, uma forma de moralizar e civilizar o povo. O novo templo dessa crença cívica era a escola.
Também o Município de Castelo Branco se candidatou a este melhoramento logo que foi legislada a forma de concurso. Não foi fácil a realização de tal projecto que era imprescindível.
Que o leitor me perdoe, mas considero relevante que se gravem para a história as vicissitudes por que passou tal pretensão, descrição que se vai seguir e documentar.

                                                   Francisco Goulão