Mal me quedo no visível,
logo ancoro no letargo;
não exploro o invisível,
margem sou sem rumo ao largo.
Se o destino é um além,
há presente e há devir.
Bem me expresso no aquém,
tendo em conta o que há-de vir.
Com tal foco já patente,
de mim mesmo me avizinho,
própria sombra eu ultrapasso.
De mim próprio menos ausente,
sou percurso e, no caminho,
me descubro, passo a passo.
João d’Alcor