O Conselho Nacional de Educação publicou, como
se viu em crónica anterior, um relatório em que analisa e compara múltiplos
aspectos e situações do nosso sistema educativo. Ele faz, igualmente, um
conjunto de recomendações, umas de natureza geral e outras de natureza
específica.
Ora, entre as primeiras, há uma que
se intitula de Vencer as desigualdades.
Trata-se da enunciação de um conjunto de situações que, a serem vencidas, poderiam
trazer-nos uma sociedade com maior justiça social. Claro que, ao pretender-se
uma sociedade com menos desigualdades não significa que se tratem todos da
mesma maneira.
A
educação é um processo que visa a pessoa no seu todo. Ora, cada pessoa é um ser
complexo e único. As pessoas são diferentes umas das outras por serem
portadoras de características, herdadas e adquiridas, igualmente diferentes. Só
partindo desta diversidade a acção educativa pode alcançar os seus objectivos:
formar homens e mulheres mais sabedores, mais dotados de sensibilidade, mais
autónomos, mais responsáveis e onde haja uma maior igualdade.
O relatório
do Conselho Nacional de Educação enumera seis tipos de desigualdades:
desigualdades face ao acesso, desigualdades face ao sucesso escolar,
desigualdades entre gerações, desigualdades entre regiões e entre municípios,
desigualdades entre escolas e desigualdades entre sexos. Numa pequena crónica
como esta mais não é possível do que enumerá-las. O conteúdo das mesmas,
contudo, talvez possa inspirar todos aqueles que, no poder político, no sistema
de ensino e na sociedade em geral, têm possibilidades de reduzir as referidas
desigualdades.
Mário
Freire