terça-feira, 4 de junho de 2013

O DESEMPREGO NO AMBIENTE FAMILIAR



         Vivem-se hoje tempos de grande incerteza e de dificuldades. O desemprego, mais do que uma ameaça, é uma realidade que está a afligir milhares de famílias. Para além dos aspectos económicos que acarreta, o desemprego traz problemas de natureza psicológica que podem ser destruidores da estabilidade familiar.
            Assim, aos que sofrem esse flagelo fica-lhes diminuída a autoestima; eles sentem uma grande frustração com a vida e, não raras vezes, são atingidos por um estado depressivo que pode resultar em depressão.
            Ele está, ainda, associado ao aumento de violência conjugal.
            Torna-se, pois, necessário encarar o desemprego não só como um problema económico mas situá-lo, também, como um problema de natureza psicológica e social.
            Perante uma situação de desemprego no seio familiar, é natural que os pais andem apreensivos, preocupados e se mostrem infelizes. A sua disponibilidade para atender os filhos é menor; a falta de paciência alia-se, frequentemente, à irritabilidade no trato com eles.
            Por outro lado, a escassez nos recursos materiais associada à fragilidade psicológica dos pais, conduz a discussões entre estes mais frequentes.
            Estão, assim, criadas as condições para que as crianças sejam vítimas de uma situação económico-social que as vai atingir, directa e indirectamente, no seu desenvolvimento psicológico, com repercussões no comportamento e aproveitamento escolares.  
            Que fazer, então, perante tais situações adversas no ambiente familiar? A resposta não é fácil, uma vez que ela contém várias dimensões! Os laços familiares poderão, em primeira instância, atenuar situações de dificuldade. Igualmente as estruturas de proximidade, como instituições de solidariedade social, paróquias, freguesias e outros organismos de acção social são pontos de ajuda conjuntural na atenuação de alguns destes problemas.
            As crianças, porém, as últimas responsáveis e as primeiras vítimas, terão que ser dentro do lar, na medida do possível, preservadas da intempérie que sobre os seus pais se abateu.  

                                                     Mário Freire