quinta-feira, 1 de março de 2012

OS PAÍSES OCIDENTAIS, O INSUCESO E O ABANDONO ESCOLARES



A redução do insucesso escolar é desejável tanto no plano social como no plano individual. Também pode contribuir para o crescimento económico.
Os sistemas de ensino com melhor desempenho entre os países ocidentais são aqueles que combinam qualidade e equidade.
Equidade na área da educação significa que circunstâncias pessoais ou sociais como o género, a origem étnica ou o meio familiar não representam nenhum obstáculo para a realização do potencial educacional e que todos os indivíduos atingem, pelo menos, um nível mínimo básico de formação. Nesses sistemas educativos os alunos têm a possibilidade de atingir altos níveis de formação, independentemente das respectivas condições pessoais e socioeconómicas. Todavia, entre os países ocidentais, quase um entre cinco alunos não atinge o nível básico de formação que lhe permita integrar-se nas sociedades de hoje (o que denota falta de inclusão).
Os alunos oriundos de meios desfavorecidos no plano sócio económico têm duas vezes mais probabilidades de ter fraco aproveitamento escolar, o que significa que as circunstâncias pessoais ou sociais representam obstáculos para a realização do potencial educacional (o que denota falta de equidade).
A falta de inclusão e de equidade agrava o insucesso escolar, cuja manifestação mais visível é o abandono escolar.
Os custos (numa perspectiva económica e social) do fracasso e do abandono escolares são altos, ao passo que a realização com êxito da formação secundária proporciona aos indivíduos melhores empregos e perspectivas de vida mais sadias, o que resulta em maior contribuição para o orçamento público.
As pessoas com nível de formação mais elevado contribuem para um aperfeiçoamento democrático das sociedades e para uma maior sustentabilidade da economia, tornando-as menos dependentes de subsídios públicos e menos vulneráveis aos revezes económicos.
As sociedades que dispõem de indivíduos com bom nível de formação têm mais capacidade de reagir às crises presentes e futuras. Por isso, o investimento na educação pré-escolar, primária e secundária para todos, e em particular para as crianças oriundas de meios desfavorecidos, é equitativo e também eficiente no plano económico.
Os governos podem reverter o fracasso escolar e reduzir o abandono escolar, eliminando as práticas do sistema que dificultem a equidade, em particular nas escolas desfavorecidas cujos alunos apresentam fraco aproveitamento. Mas as políticas educacionais têm, necessariamente, de ser alinhadas com outras políticas governamentais.

                                                          FNeves