domingo, 16 de outubro de 2011

O ENSINO NA 1ª REPÚBLICA - 13


                                   (a propósito de uma exposição)

               
                                             A Festa da Árvore

            A implantação da República trazia associada, como se viu em artigos anteriores, um conjunto de valores tais como o do amor à Pátria, o de uma maior instrução para as populações, o da fraternidade…
            A Festa da Árvore, associando-se à regeneração da sociedade, vinha dos tempos da Monarquia e tinha sido divulgada pela Maçonaria. Ora a República viu nela um símbolo que poderia ser aproveitado para divulgar as novas ideias e galvanizar as populações para uma nova maneira de estar na sociedade. Por isso, os vultos republicanos deram grande ênfase a esta iniciativa; em contrapartida, as forças que se opunham ao novo regime viam nestas comemorações uma forma de divulgação do novo ideário. Ela, no entanto, constituiu, entre 1913 e 1917, um acontecimento de natureza cívica e democrática, realizado em todo o País e reunindo todos os grupos sociais. A partir desta data, ela foi-se realizando esparsamente até 1936.
            Nesta Festa eram reafirmados os novos símbolos, como a bandeira e o hino, e realçada a importância da escola na formação do carácter e no amor pela Natureza. Além disso, ela deu azo à criação da Associação Protectora da Árvore que contribuiu para o desenvolvimento florestal do País. Esta Associação promoveu conferências, plantações comemorativas, publicação de artigos de jornal, classificação e protecção de árvores notáveis. De salientar, ainda, as Conferências Florestais que tiveram lugar em 1914, 1915, 1916 e 1917 que constituíram um incentivo para a arborização das dunas do litoral e do interior montanhoso.
            Com este último artigo, termina a série O Ensino na 1ª República em que, a pretexto de uma visita a uma Exposição que teve lugar em Lisboa, entre Fevereiro e Junho de 2011, aquando das Comemorações do Centenário da República, se pretendeu dizer, de uma maneira muito resumida, o que se fez (ou pretendeu fazer) no domínio educacional entre 1910 e 1926.

                                                                         Mário Freire