Numa turma nem todos
os alunos progridem da mesma maneira. Há alunos que têm um ritmo mais lento na
aprendizagem do que outros. Isto não significa que eles não consigam alcançar
os objectivos pretendidos. Talvez necessitem de mais tempo para aprender ou de
uma outra forma de serem ensinados.
Com uma reorganização
diferente dos espaços dentro da sala de aula, com um ensino menos centrado no
professor, podem encontrar-se outras formas de ensinar e de aprender. Uma delas
seria o ensino através dos pares. Este consiste em colocar alunos que dominem
suficientemente bem dada matéria a ajudar os seus colegas que estão a ter
dificuldades em aprender ou a realizar determinada tarefa. Nem sempre serão os
mesmos a ajudar nem os mesmos a serem ajudados. Este ensino pode surgir após
uma avaliação formativa, isto é, aquela que assegura que os processos de ensino
se vão adequando às características dos alunos. Nela o professor pode detectar
certos deficits em alguns alunos e verificar que outros atingiram plenamente os
objectivos que se pretendiam. Por que razão, então, não colocar esses alunos
que melhores performances obtiveram nesse tópico, a ensinar os colegas que demonstraram
ter maiores dificuldades? Já Séneca dizia “quem ensina aprende duas vezes”. Ora
este tipo de tarefas permite aos alunos responsáveis por ajudar os colegas
desenvolverem o sentido de cooperação e de entreajuda, ao mesmo tempo que
consolidam as matérias ensinadas. Aos alunos que estão a ser ensinados pelos
colegas permite-lhes terem uma ajuda personalizada através de uma linguagem
mais próxima deles. Aos professores, este tipo de aula possibilita prestar uma
ajuda diferenciada e simultânea a vários alunos, ao mesmo tempo que lhes dá a
oportunidade de intervir junto de casos que exijam uma maior atenção.
É preciso inovar na
escola e na sala de aula! Este tipo de ensino, ocasionalmente aplicado, pode
contribuir para o melhoramento da aprendizagem e retirar muitos dos casos de
indisciplina que na sala têm lugar.
Mário Freire