Os alunos, muitas
vezes, usam estratégias erradas na sua aprendizagem que não lhes permitem
retirar todo o potencial das suas capacidades. Assim, se o aluno não planeia o
estudo das diferentes matérias, dando mais tempo àquelas em que tenha maiores
dificuldades, sem descurar as outras, se não distingue o que é urgente do que é
importante, se não estabelece os seus próprios objectivos de aprendizagem, se
não avalia a sua própria aprendizagem…, arrisca-se a que os seus resultados
escolares não sejam os melhores.
A escola deveria
proporcionar-lhe, então, informação adequada, organizar encontros à margem das
aulas ou inseridas nas mesmas, de modo a ensinar-lhe a planear as suas
actividades, sejam elas escolares ou não escolares mas, também, modos de melhorar
o estudo que realizam. Um dos aspectos que deveria ser considerado teria a ver
com as actividades a desenvolver durante os dias de aulas e aquelas que teriam
lugar nos fins-de-semana.
Relativamente ao
estudo, haveria que discriminar o que é que se vai estudar e até onde se vai
estudar. Exemplificando, o aluno estabeleceria que no dia de hoje, iria
dedicar-se às disciplinas X e Y. Para a disciplina X estudaria, tomando como
referência o compêndio, da página A até à página D. Esse estudo, se possível,
deveria ser feito no quarto, sozinho, falando em voz alta. Avaliaria, depois,
se a aprendizagem tinha sido efectiva, se tinha conseguido reproduzir por
palavras suas aquilo que estudou. Para a disciplina Y, poderia estabelecer,
caso se tratasse de Matemática ou outra disciplina afim, os exercícios que iria
resolver. Enfim, definir objectivos para o estudo (mas, também, para qualquer
outra actividade na vida) torna-se crucial para se alcançar a meta desejada.
Quanto ao modo de
aproveitar os fins-de-semana, neles não teria lugar o estudo, principalmente o
daquelas disciplinas que estão em atraso? Não poderia o aluno, igualmente, participar
em outras actividades, sem ligação com o estudo, como o escutismo, encontros de
jovens sobre temas a definir por paróquias, associações culturais, desportivas…?
Julgo que esta área,
de ensinar o aluno a aprender e a organizar-se, está pouco explorada na escola
mas a qual, devidamente planeada, poderia melhorar a realização do aluno como
estudante e como pessoa.
Mário Freire