quinta-feira, 25 de junho de 2015

APRENDER A APRENDER

                                        


Os alunos, muitas vezes, usam estratégias erradas na sua aprendizagem que não lhes permitem retirar todo o potencial das suas capacidades. Assim, se o aluno não planeia o estudo das diferentes matérias, dando mais tempo àquelas em que tenha maiores dificuldades, sem descurar as outras, se não distingue o que é urgente do que é importante, se não estabelece os seus próprios objectivos de aprendizagem, se não avalia a sua própria aprendizagem…, arrisca-se a que os seus resultados escolares não sejam os melhores.
A escola deveria proporcionar-lhe, então, informação adequada, organizar encontros à margem das aulas ou inseridas nas mesmas, de modo a ensinar-lhe a planear as suas actividades, sejam elas escolares ou não escolares mas, também, modos de melhorar o estudo que realizam. Um dos aspectos que deveria ser considerado teria a ver com as actividades a desenvolver durante os dias de aulas e aquelas que teriam lugar nos fins-de-semana.
Relativamente ao estudo, haveria que discriminar o que é que se vai estudar e até onde se vai estudar. Exemplificando, o aluno estabeleceria que no dia de hoje, iria dedicar-se às disciplinas X e Y. Para a disciplina X estudaria, tomando como referência o compêndio, da página A até à página D. Esse estudo, se possível, deveria ser feito no quarto, sozinho, falando em voz alta. Avaliaria, depois, se a aprendizagem tinha sido efectiva, se tinha conseguido reproduzir por palavras suas aquilo que estudou. Para a disciplina Y, poderia estabelecer, caso se tratasse de Matemática ou outra disciplina afim, os exercícios que iria resolver. Enfim, definir objectivos para o estudo (mas, também, para qualquer outra actividade na vida) torna-se crucial para se alcançar a meta desejada.
Quanto ao modo de aproveitar os fins-de-semana, neles não teria lugar o estudo, principalmente o daquelas disciplinas que estão em atraso? Não poderia o aluno, igualmente, participar em outras actividades, sem ligação com o estudo, como o escutismo, encontros de jovens sobre temas a definir por paróquias, associações culturais, desportivas…?

Julgo que esta área, de ensinar o aluno a aprender e a organizar-se, está pouco explorada na escola mas a qual, devidamente planeada, poderia melhorar a realização do aluno como estudante e como pessoa. 

                                                 Mário Freire