As
Nações Unidas deliberaram que no dia 21 de Março de cada ano fosse celebrado o
Dia Internacional das Florestas. Esta decisão tem como objectivo principal
chamar a atenção das novas gerações para a importância que a árvore desempenha
nas nossas vidas. Sem as florestas a humanidade não podia subsistir. Elas
contribuem para o equilíbrio na Natureza e lutar contra a desflorestação é
lutar pela sobrevivência.
Talvez
por isso, os políticos da I República quisessem associar aos valores que eram
apregoados, como o do amor à Pátria, o de uma maior instrução para as
populações, o da fraternidade, o da regeneração da sociedade.
A
Festa da Árvore vinha dos tempos da Monarquia e tinha sido divulgada pela
Maçonaria. Ora, a República viu nela um símbolo que poderia ser aproveitado
para divulgar as novas ideias e galvanizar as populações para uma nova maneira
de estar na sociedade. Por isso, os vultos republicanos deram grande ênfase a
esta iniciativa. Em contrapartida, as forças que se opunham ao novo regime viam
nestas comemorações uma forma de divulgação do novo ideário. Ela, no entanto,
constituiu, entre 1913 e 1917, um acontecimento de natureza cívica e
democrática, realizado em todo o País e reunindo todos os grupos sociais. A
partir desta última data, ela foi-se realizando esparsamente até 1936.
Nesta
Festa eram reafirmados os novos símbolos, como a bandeira e o hino, e realçada
a importância da escola na formação do carácter e no amor pela Natureza. Ela
deu azo à criação da Associação Protectora da Árvore que contribuiu para o
desenvolvimento florestal do País. Esta Associação promoveu conferências,
plantações comemorativas, publicação de artigos de jornal, classificação e
protecção das árvores notáveis. De salientar, ainda, as Conferências Florestais
que tiveram lugar em 1914, 1915, 1916 e 1917, tendo constituído um incentivo
para a arborização das dunas do litoral e do interior montanhoso.
A
Árvore e a Floresta, contudo, encontram-se acima de quaisquer conotações que se
lhe queiram colar. Celebremos, então, a Árvore e, se possível, com a
participação dos mais novos, porque ela significa vida e esperança!
Mário Freire