A
neurociência já revelou que o nosso cérebro é ‘plástico’, isto é, é maleável e
está em contínuo desenvolvimento ao longo da vida. Esta nova perspectiva vem
então reforçar a convicção que é possível reestruturar hábitos e alimentar
aqueles que nos proporcionam bem-estar e contribuem para a nossa felicidade.
Sentir
emoções fortes é importante, mas a felicidade não se resume a momentos de
intensa alegria. Há outras fontes para desenvolver o hábito de ser feliz,
nomeadamente nutrir atividades ou atitudes que fazem sentido à nossa vida, que
nos dão um propósito. Para isso, há que saber o que queremos na vida e o que
não queremos, e ter a autodeterminação para lutar por isso de forma consciente,
autónoma e responsável. A este ponto, já metade da capacidade de sermos felizes
está nas nossas mãos.
Tal
como qualquer hábito, quanto mais o praticamos, mais fácil e automático se
torna. Assim, há alguns hábitos que contribuem para a felicidade das pessoas,
sendo um dos quais a gratidão. Através da gratidão reforçamos as coisas boas
que nos acontecem, contrariando assim a natureza do cérebro para se focar nas
coisas negativas em primeiro lugar.
Ao lembrar
constantemente as situações positivas, o cérebro, sendo plástico, habitua-se a
‘pensar’ da forma como o direcionamos. Quanto mais se faz isso, mais ele
automaticamente se manifesta positivamente. Podemos começar por pequenas
coisas: quanto mais as repetirmos, mais se tornam espontâneas e mais facilmente
damos o passo seguinte.
Há
outros fatores que contribuem para a felicidade, como é o caso de ter um
cérebro com uma maior ativação na parte esquerda. Mas também isso é possível
alterar através da meditação, por exemplo. Vemos então que o hábito de ser
feliz está mesmo nas nossas mãos!
(continua…)
Rossana Appolloni