sábado, 26 de janeiro de 2013

DIFERENCIAR A RELAÇÃO PEDAGÓGICA




               A introdução de novos modos de relacionamento do professor com os alunos é talvez o tipo de diferenciação que exige uma maior competência pedagógica da parte daquele. Não é apenas de natureza inata; ela aprende-se também e deveria estar no cerne da formação de professores.
            A turma tem que estar minimamente organizada para que se possa dar resposta a um ensino em que a entreajuda, a colaboração, o trabalho de grupo constituam uma realidade. É certo que o professor deixará de ser o único referente mas multiplicar-se-ão as suas possibilidades de apoio aos alunos.
            As TIC (tecnologias da informação e comunicação), por outro lado, poderão ser um instrumento privilegiado nesta diferenciação. Elas permitem criar situações de permuta de conhecimento, inclusive fora da sala de aula, que favorecem uma relação mais personalizada do professor com o aluno. Já vai havendo numa ou noutra escola professores que, através do Twiter ou da simples mensagem electrónica, contactam com os seus alunos e lhes dão indicações, sugerem pistas ou os incentivam nos seus trabalhos.
            Um instrumento, porém, se tem salientado nos últimos anos, nas TIC, mas ainda de uso bastante restrito, como induzindo a reflexão em comum, estimulando a participação dos alunos, seja com os pares, seja com o professor, fazendo nascer hipóteses paralelas ou, até, divergentes. Trata-se do quadro interactivo (QI). Estudos recentes parecem mostrar que ele, favorecendo a formação da turma como grupo, pode constituir-se como um autêntico construtor de aprendizagens.
            Relativamente ao professor, o Q.I. encoraja-o a planear as aulas que tenham actividades interactivas, enriquecendo-as com imagens, gráficos e interagindo com conteúdos que se encontrem na Internet, ao mesmo tempo que é levado a concentrar-se nas respostas dos alunos. Ele pode ser um indutor de mudança dos modos de ensinar do professor e, assim, contribuir para o seu desenvolvimento profissional.
            Nem tudo serão rosas, no uso do Q.I.! Haverá também espinhos, o primeiro dos quais é a exigência de uma formação adequada nas TIC por parte do professor. Mas só superando os obstáculos se consegue alcançar a meta. E esta vale a pena ser atingida!

                                                        Mário Freire