Proporcionar
uma igualdade de oportunidades a todas as crianças e jovens de modo que possam
desenvolver o seu potencial até ao limite das suas possibilidades é um desafio
que se coloca aos políticos mas, igualmente, àqueles que directamente lidam com
os problemas educacionais.
Ora,
todos nós somos diferentes uns dos outros. Propor as mesmas matérias e
idênticos métodos à generalidade dos alunos de uma mesma turma não parece, pois,
a maneira mais adequada para se alcançar esse grande objectivo. Há que
diferenciar e personalizar as matérias e os métodos a utilizar, tentando que
cada aluno aprenda de acordo com as suas próprias características.
Esta
ideia já vem de longe, tendo sido sucessivamente retomada e ampliada. E ela
ganha tal importância nos nossos dias que é considerada, nestes começos do
século XXI, como um dos pilares em que assentam os grandes propósitos das
reformas dos sistemas educacionais.
Ora,
se no plano teórico ela é aliciante, a sua concretização nem sempre se torna
fácil, muito especialmente quando as turmas têm um elevado número de alunos. A
pergunta surge, pois, naturalmente: como diferenciar, então, o ensino e a
aprendizagem? É possível propor um trabalho diferente para cada aluno? Como
preparar trinta actividades diferentes?
Mas
se a diferenciação individual se torna difícil em turmas de trinta alunos, tal poderá
ser minorado se essa mesma turma for dividida em grupos de nível mais ou menos
semelhantes e para cada um deles se propuserem tarefas que tenham em conta as
características dos que os constituem. Claro que quanto menor for o número de
alunos por grupo, maior será o número destes e, como consequência, maior o
número de actividades a propor.
É
uma maneira de o professor praticar a diferenciação, tendo em vista a
personalização. Mas não haverá outros modos de a concretizar?
Mário Freire