terça-feira, 26 de abril de 2016

O SONHO E O RIO






Segue o Sonho rio acima
Corre a vida de mau jeito.
Se na corrente se inclina
Dá-se um naufrágio perfeito.

Desfila um manso cardume.
Deixa a água cor de prata.
Como a cinza vem do lume
Ódio é chama que mata.

Após o pranto, a bonança.
Na espuma rebenta a dança
Que enche a praia de má sorte.

E quando o cais dorme calado
Junto ao veleiro ancorado
Cai um silêncio de morte.

Aldina Cortes Gaspar

In “ PÂNTANO