Árvores, esfinges do tempo
Sombras de cinza e carvão.
Bulícios em movimento
Painéis de nuvens e vento
Com peias de solidão.
Vultos mansos, flores bravias
Seivas mornas da planície.
Cinturas leves, esguias
Transbordando melodias
Cravando ferros na velhice.
Princesas d´alva escondidas
Em castelos de lonjura.
Algumas seculares e ressequidas
Parecem encarnar restos de vidas
Arrobas de paixão e amargura.
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Árvores!... Silhuetas majestosas.
Como antas, ostentando um véu antigo.
Pelo vento desgrenhadas, sequiosas
Inchadas de beleza como as rosas
Tendo o céu como seu único abrigo.
Árvores!... Presenças ancestrais
Pilares da natureza em movimento.
Rumores de cânticos celestiais
Ecos de misteriosas catedrais
Que ligam o Alentejo ao firmamento!...
Aldina Cortes Gaspar
“ IN
ALENTEJO ADENTRO”