O Natal surge como a
comemoração do nascimento de Jesus Cristo. Apesar de ser uma festa cristã, o
Natal, com o passar dos tempos, foi sofrendo algumas alterações no seu
significado. Hoje, pelo menos para os não-cristãos, ele transformou-se na festa
da família.
A escola que temos é
laica. Isso significa que há uma neutralidade confessional do Estado mas,
também, o respeito pelas convicções religiosas de cada um. Julgo, no entanto,
que para além do aspecto especificamente religioso e que se prende com a origem
do Natal, a escola teria o dever, para além das aulas de Moral e Religião, de
instruir sobre o aparecimento desta celebração. Tal não lhe retiraria a
laicidade mas contribuiria, certamente, para proporcionar um melhor
conhecimento aos alunos daquele que se constituiu como um marco histórico da
humanidade e cuja doutrina serviu de cimento à civilização ocidental: Jesus Cristo
e o Cristianismo.
O Natal, pela riqueza
cultural de que é portador, presta-se a um seu tratamento quer
interdisciplinar, quer transdisciplinar. De um modo interdisciplinar, na medida
em que várias disciplinas poderiam tratar, cada uma a seu modo, o tema.
Transdisciplinarmente, colaborando as diferentes disciplinas entre si em torno
de um tema organizador. Claro que esta última maneira implicaria uma discussão
mais profunda do que se pretenderia alcançar. De acordo com as idades dos
alunos, encontrar-se-iam, depois, formas de apresentação pública que poderiam, até,
incluir a participação das próprias famílias.
Este modo
transdisciplinar de tratar um tema exige formação docente, planeamento,
execução e avaliação e fazia parte da Área de Projecto, tendo esta sido extinta
pelo actual Governo. Talvez valesse a pena repensá-la, tendo em consideração a
remediação das causas que levaram à sua extinção.
Enfim, Natal implica
nascimento, uma nova vida. Que ele seja, então, um motivo de esperança para
todos os que na educação e fora dela labutam para um mundo melhor!
Mário
Freire