quarta-feira, 4 de novembro de 2015

PENSAR O INABITUAL PARA SER COMPETITIVO





O título que encima esta crónica é o mote que o prof. Stéphane Garelli, professor na Universidade de Lausanne e especialista em competitividade, usa nas suas palestras e aulas para induzir os seus alunos e empresários a serem elementos fomentadores de competitividade.
Há que distinguir entre competição e competitividade. A competição tem a ver com a interacção entre pessoas que disputam algo. A competitividade centra-se nas organizações, nas empresas e tem em vista cumprir a sua missão com maior êxito do que as suas congéneres ou competidoras.
A raiz das duas palavras – competição e competitividade - é a mesma e ambas visam a supremacia de uma pessoa ou de uma empresa sobre as outras.
Quanto à escola, ela vive uma contradição, no que se refere aos conceitos de competição/competitividade. Como instituição educacional, ela deveria menorizar o espírito competitivo que possa existir entre os alunos e, ao mesmo tempo, reforçar laços de inter-ajuda, de cooperação entre eles. Isto não significa que ela não lhes ensine, através do desporto, o que é uma sã competição. Por outro lado, a escola tem que ensinar conteúdos, desenvolver capacidades e formar o carácter dos alunos de modo que eles possam, um dia mais tarde, na sua vida profissional, gerar instituições e empresas competitivas.
Albert Einstein dizia que “a lógica conduzir-vos-á de A a B mas a imaginação conduzir-vos-á para toda a parte”. Por isso, Stéphane Garelli diz aos seus estudantes que se tiverem uma ideia brilhante mas lógica, eles devem esquecê-la imediatamente: algum outro já a terá antes deles. Para Garelli, ser competitivo é pensar o inabitual, o que está fora do previsível.
E é neste ponto que entra a escola, na sua relação com a competitividade: ela tem que proporcionar ocasiões, dentro e fora da sala de aula, em que os alunos possam dar aso à sua imaginação, à sua criatividade, seja na explicação de um fenómeno, seja na solução de um problema, seja no dar resposta a uma situação de ordem social da comunidade…

Ensinar a competitividade na escola é, através da cooperação entre os alunos, proporcionar-lhes oportunidades de criarem, inventarem, imaginarem algo de novo e, se possível, a favor do bem comum. 

                                   Mário Freire