O título que encima
esta crónica é o mote que o prof. Stéphane Garelli, professor na Universidade
de Lausanne e especialista em competitividade, usa nas suas palestras e aulas
para induzir os seus alunos e empresários a serem elementos fomentadores de
competitividade.
Há que distinguir
entre competição e competitividade. A competição tem a ver com a interacção
entre pessoas que disputam algo. A competitividade centra-se nas organizações,
nas empresas e tem em vista cumprir a sua missão com maior êxito do que as suas
congéneres ou competidoras.
A raiz das duas
palavras – competição e competitividade - é a mesma e ambas visam a supremacia
de uma pessoa ou de uma empresa sobre as outras.
Quanto à escola, ela
vive uma contradição, no que se refere aos conceitos de
competição/competitividade. Como instituição educacional, ela deveria menorizar
o espírito competitivo que possa existir entre os alunos e, ao mesmo tempo,
reforçar laços de inter-ajuda, de cooperação entre eles. Isto não significa que
ela não lhes ensine, através do desporto, o que é uma sã competição. Por outro
lado, a escola tem que ensinar conteúdos, desenvolver capacidades e formar o
carácter dos alunos de modo que eles possam, um dia mais tarde, na sua vida
profissional, gerar instituições e empresas competitivas.
Albert Einstein dizia
que “a lógica conduzir-vos-á de A a B mas a imaginação conduzir-vos-á para toda
a parte”. Por isso, Stéphane Garelli diz aos seus estudantes que se tiverem uma
ideia brilhante mas lógica, eles devem esquecê-la imediatamente: algum outro já
a terá antes deles. Para Garelli, ser competitivo é pensar o inabitual, o que
está fora do previsível.
E é neste ponto que
entra a escola, na sua relação com a competitividade: ela tem que proporcionar
ocasiões, dentro e fora da sala de aula, em que os alunos possam dar aso à sua
imaginação, à sua criatividade, seja na explicação de um fenómeno, seja na solução
de um problema, seja no dar resposta a uma situação de ordem social da
comunidade…
Ensinar a
competitividade na escola é, através da cooperação entre os alunos,
proporcionar-lhes oportunidades de criarem, inventarem, imaginarem algo de novo
e, se possível, a favor do bem comum.
Mário Freire