sábado, 28 de novembro de 2015

TUDO É DEMAIS







Cansada de querer tanto e nada ter
Esfrangalhei o limite e quis-me libertar.
Como uma gaivota enamorada
Que cansada de ser ave, se faz mar.
Ébria de sol-pôr, escolhi a madrugada
Cansada de ser verde deixei-me amadurecer.
Vermelho escarlate de papoila
Que a mão de uma criança há de colher!...
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Queixosa de mim mesma, de ser gente.
Exausta de ser vento e de soprar
Perdi-me na imensidão do tempo.
…Vontade de ser flor ou de chorar?!...



Aldina Cortes Gaspar