Ser
pai hoje em dia é um compromisso com desafios que podem ser difíceis, sobretudo
pelo pouco tempo disponível para se dedicar à família e, em especial, aos
filhos. Para quem trabalha, a sociedade exige cada vez mais uma maior dedicação
ao campo profissional, em detrimento de outras áreas da vida. Perante este
cenário, quando os pais estão muito ocupados e se encontram numa situação de
poderem escolher entre passar tempo com os filhos e fazer algo de que gostam
mas que eventualmente não inclua estes últimos, normalmente a escolha recai
sobre a primeira opção. No entanto, há que distinguir entre a quantidade e a
qualidade de tempo destinado aos filhos. Pode até ser contraproducente
exigir-se dedicar determinado tempo à família se esse tempo não tem qualidade.
Já o ditado popular diz que “é sempre melhor pouco, mas bom”.
Dar
prioridade a fazer o que se gosta é uma forma de recarregar energias e
sentir-se bem. Ora, ser feliz é uma das qualidades mais importantes que os pais
podem ter. A felicidade e todas as emoções em geral são contagiosas, pelo que
se os pais sentirem ansiedade e stress, os filhos vão absorver esse tipo de
energia.
Se,
pelo contrário, os pais estiverem alegres e contentes, as crianças vão sentir
igualmente essas emoções. Por outro lado, sentir-se bem contribui enormemente
para se ser melhor como pais, pois tornamo-nos inevitavelmente mais afetuosos,
mais tolerantes, mais abertos a ouvir e a comunicar.
Dar
primazia a uma atividade que provoca bem-estar pessoal e individual também é
importante para o papel dos pais na medida em que ao fazerem isso, os seus
filhos aprendem a fazer o mesmo. Passar tempo com amigos, dedicar-se a uma
atividade criativa ou a um deporto, seja o que for que proporcione felicidade,
vai suscitar o desejo nos filhos de seguirem o mesmo caminho. E esse é um
caminho feliz!
Rossana Appolloni