sábado, 4 de janeiro de 2014

O BOM DE CONFESSAR SEGREDOS



Na infância todos nós aprendemos a guardar certos pensamentos ou a partilhá-los apenas com determinadas pessoas. Podem até ser só acontecimentos de pouca importância mas emocionantes, tal como um primeiro beijo, uma surpresa ou uma receita de cozinha.
Diferentes são aqueles segredos que se tornam um peso e um tormento, como pode ser o caso de uma violência sofrida, traições, dependências ou doenças. Para quem os guarda é de suma importância que ninguém os conheça, pelo medo das consequências que pode ter.
O efeito que um segredo tem sobre cada pessoa depende da quantidade de energia que emprega para o manter como tal. Quanto maior for a energia, quanto maior o esforço mental e o sofrimento, mais grave ele se torna. E quanto mais se tenta reprimir o pensamento, mais a sua presença de torna forte.
Por sua vez, quem guarda o segredo investe cada vez mais tempo com o que o tormenta. Guardar um segredo pode chegar a ter repercussões físicas, nomeadamente suores e outros tipos de desconforto. Portanto, manter silêncio coloca o corpo numa condição stressante e estar em stress provoca mal-estar. Durante a adolescência esta condição facilita problemas psicossociais, tais como a depressão e a baixa autoestima. As consequências podem mesmo ser inimagináveis.
Assim, pior do que as consequências de desvendar um segredo, é persistir em mantê-lo. Muitas vezes os segredos servem simplesmente para evitar o sofrimento de outra pessoa, mas o mal que a própria faz a si mesma não compensa!
Para sentir bem-estar é essencial que a pessoa goze de autonomia e liberdade de ser quem é, bem como de sentir que é aceite pelos outros. Ao guardar um segredo, a pessoa está a afastar-se das condições básicas para o seu bem-estar. Por isso, comece por partilhar os seus segredos com quem acha que o compreenderá e não emitirá juízos de valor. Ter um confidente é muito importante e reconfortante. Se não o tem, procure-o! Há sempre alguém disposto a ouvir e a ajudar, basta estar atento a quem o rodeia.


                                          Rossana Appolloni