quinta-feira, 27 de setembro de 2012

TRABALHO: SUPLÍCIO OU PRAZER?



O trabalho que fazemos contribui e muito para o nosso estado de felicidade. No entanto, assiste-se a uma insatisfação cada vez maior neste campo, provavelmente pela falta de correspondência entre aquilo que se gostaria de fazer e aquilo que realmente se faz.
Nesta área a que dedicamos grande parte do dia, há determinados fatores que condicionam o nosso bem-estar: ter a perceção de uma remuneração justa, ter um bom ambiente humano, ter capacidade de decisão nos trabalhos da nossa responsabilidade, ter tarefas que desenvolvam as nossas capacidades, poder controlar essas tarefas do princípio ao fim, poder interromper a rotina com projetos criativos, poder aceitar desafios de trabalho em equipa, e assim por diante.
A razão principal pela qual as pessoas se sentem insatisfeitas com o trabalho que fazem, mais do que a remuneração, prende-se com a ausência dos fatores enunciados. Quando limitam a nossa criatividade, reprimem as nossas iniciativas e não nos dão a autonomia de que precisamos para desempenhar determinada responsabilidade, dificilmente nos podemos declarar felizes no que fazemos.
A cultura ocidental sempre teve a tendência para relacionar o trabalho com o sofrimento, o que a priori nos faz ter resistência a sentir estados emotivos positivos no emprego e/ou na escola. No entanto, há que relembrar que a felicidade pressupõe desafios, superar obstáculos e também algum sofrimento. Assim sendo, excluir tudo isto e ficar sem nada para fazer não é ir ao encontro da felicidade, antes pelo contrário.
Portanto, se não se sente bem no que faz, tente avaliar os fatores que determinam esse mal-estar e identifique o que é que pode fazer para alterar a situação. Um estado emotivo positivo no trabalho é muito importante, pois ao criar um impacto positivo na nossa experiência de vida, esse estado repercute-se em outras áreas que não estão diretamente ligadas com essa atividade. Por vezes, bastam pequenas mudanças para alimentar emoções e sentimentos positivos e gratificantes; as suficientes para ir tendo cada vez mais prazer em ir trabalhar e entrar assim num processo de mudança gradual.

                                                            Rossana Appolloni