segunda-feira, 17 de setembro de 2012

SERÁ QUE O DINHEIRO CONTRIBUI PARA A FELICIDADE? - 2


Se a riqueza material não nos leva à felicidade, porque será que somos tão obcecados com ela? Porque será que somos sempre mais propensos a tomar decisões baseadas em critérios materialistas em detrimento de critérios emocionais?
Concentrarmo-nos na parte mais material das questões vem já da origem da espécie humana, quando ainda éramos caçadores e agricultores e éramos obrigados a acumular os bens para assegurar a nossa sobrevivência em épocas menos afortunadas. Acumular tornou-se uma característica da nossa constituição e o conceito inverteu-se: não acumulamos para viver mas vivemos para acumular. Assim, focamos os nossos objectivos no que é material, valorizando o que é mensurável (a riqueza e o prestígio) e prejudicando o não mensurável (as emoções e os valores).
Frequentemente, confundimos os meios com os fins e sacrificamos a felicidade (fim) para dar primazia ao dinheiro (meio). A riqueza material pode de facto ajudar as pessoas a atingir níveis mais altos de felicidade. Porém, não é o dinheiro em si que tem valor mas o facto de ele nos permitir mais facilmente ter acesso a experiências positivas.
Para além disso, procuramos cada vez mais o prazer imediato como um atalho para a felicidade através da televisão, drogas, compras, comida, etc. Mas o que seria da nossa vida se só houvesse prazeres fáceis e nunca houvesse desafios a enfrentar? As nossas forças enfraqueceriam e perderíamos a possibilidade de ter uma vida completa, pois são os obstáculos que ultrapassamos que nos enriquecem interiormente.
Obviamente que ter dinheiro suficiente para assegurar a sobrevivência e um certo conforto é importante, mas a partir daí a felicidade encontra-se em experiências gratificantes. E essas há para todos os bolsos! Dê valor ao que tem e procure o que não tem, ponha-se à prova e enfrente desafios novos: são esses que trarão significado à sua existência!
Rossana Appolloni