Os jovens partilham valores e ambições mas também dificuldades; constituem um grupo em plena mutação, caracterizado pelo acesso ao emprego e pela constituição da família cada vez mais tardios. A autonomia adquire-se cada vez mais tarde. Isso traduz-se, muitas vezes, por um sentimento de fragilidade, por uma perda de confiança nos sistemas de decisão existentes e por um certo desinteresse pela participação não só na vida pública como também nas organizações de juventude.
Alguns dizem que nem sempre se identificam com as políticas públicas concebidas pelos seus predecessores. Uma parte dos jovens fecha-se na indiferença ou no individualismo, outra é tentada por formas de expressão, por vezes excessivas, e mesmo à margem dos canais democráticos. No entanto, a maioria desses jovens pretende influenciar a acção política, mas não encontra os meios para o fazer.
Os jovens europeus têm, contudo, algo a dizer, pois são eles os primeiros a sofrer os efeitos da globalização. Apesar de os contextos social e económico serem cada vez mais complexos, os jovens dão provas de uma grande capacidade de adaptação. Os responsáveis políticos nacionais e europeus têm a responsabilidade de facilitar essa adaptação, fazendo dos jovens intervenientes de pleno direito nas nossas sociedades.
É no terreno que se aprende a cidadania activa: participando na vida da escola, do bairro, da cidade ou de uma associação. É através do seu empenho em actividades sociais abertas a todos que os jovens contribuem para uma sociedade mais solidária e assumem plenamente a cidadania.
Investir na juventude contribuirá, certamente, para o sucesso do objectivo político definido pelo Conselho Europeu de Lisboa: fazer da Europa "a economia do conhecimento mais competitiva e mais dinâmica do mundo".
FNeves