Aprender os media
O Conselho Nacional de Educação levou a cabo, em Maio passado, uma acção visando chamar a atenção para a importância que os media revestem hoje na vida das pessoas e, muito especialmente, nas crianças e jovens. Efectivamente, são eles que, crescendo no meio deles, mais os utilizam seja através da televisão, internet, telemóvel…
Os agentes educativos, especialmente a escola, não podem, pois, alhear-se desta realidade. A instituição escolar tem que proporcionar, nesta matéria, a aquisição de conhecimentos e capacidades de modo a tornar o aluno num agente autónomo e construtivo na sociedade.
Em crónicas anteriores sobre este tema tive ocasião de enunciar alguns dos comportamentos que, neste âmbito, os jovens manifestam e interrogações que aqueles suscitam. Mas, afinal, o que é que a escola poderia fazer para ajudar os alunos a melhor produzirem e consumirem as mensagens mediáticas?
Enunciaria três grandes metas:
- Uma delas seria a de que as crianças e jovens aprendessem a compreender, seleccionar e interpretar os conteúdos dos diferentes tipos de mensagens, tomando consciência de quanto eles nos influenciam.
- Uma outra seria a de incutir neles a responsabilidade e o recato pelas mensagens que produzem. Sabe-se bem quanto o espaço internético se presta à violência psicológica, à calúnia, à violação da privacidade e confidencialidade. E tudo isto sob a capa do anonimato!
Finalmente, uma última meta, mas a não menos importante, consistiria em ensiná-los a gerir o tempo despendido na produção e recepção das mensagens, dentro do quadro das relações sociais em que estão inseridos.
Ensinar os media às crianças e jovens é ensiná-los a ser cidadãos mais conscientes, participativos e responsáveis.
Mário Freire