A Europa alargada conta com perto de 75 milhões de jovens entre os 15 e os 25 anos. Independentemente da sua heterogeneidade (em termos de acesso ao mercado de trabalho, educação, vida familiar, rendimento, etc.), os jovens reivindicam o seu estatuto de cidadãos, com os respectivos direitos e obrigações. Investir na juventude significa investir naquilo que constitui a riqueza das nossas sociedades, hoje e no futuro.
Trata-se de uma das chaves do sucesso do objectivo político definido pelo Conselho Europeu de Lisboa: fazer da Europa "a economia do conhecimento mais competitiva e mais dinâmica do mundo". Apesar de se encontrarem em situações muito diversas, os jovens partilham valores e ambições, mas também dificuldades.
Estes jovens constituem um grupo em plena mutação, caracterizada por um acesso ao emprego e à fundação de uma família mais tardios, envolvendo percursos individuais muito mais variados do que no passado.
A escola ou a universidade, o emprego e o ambiente social deixaram de desempenhar o mesmo papel integrador. A autonomia adquire-se cada vez mais tarde. Isto traduz-se, muitas vezes, por um sentimento de fragilidade da sua condição, uma perda de confiança nos sistemas de decisão existentes e um certo desinteresse não só pelas formas tradicionais de participação na vida pública, mas também de participação nas organizações de juventude.
Alguns dizem que nem sempre se identificam com as políticas públicas. Outros fecham-se na indiferença ou no individualismo, utilizando formas de expressão, por vezes excessivas e mesmo à margem dos canais democráticos. No entanto, a maioria desses jovens pretende influenciar a acção política mas não encontra os meios para o fazer.
Os jovens europeus têm, contudo, algo a dizer pois são eles os primeiros a sofrer os efeitos da evolução económica, dos desequilíbrios demográficos, da globalização e da diversidade das culturas. Pede-se-lhes que inventem novas formas de relações sociais, novas formas de exprimir a solidariedade, de viver as diferenças e de as incorporar no próprio momento em que surgem novas incertezas.
Apesar de um contexto social e económico cada vez mais complexo, os jovens dão provas de uma grande capacidade de adaptação. Os responsáveis políticos nacionais e europeus têm, pois, a responsabilidade de facilitar essa adaptação, fazendo dos jovens intervenientes de pleno direito nas nossas sociedades.
FNeves