sábado, 23 de julho de 2011

RECONHECENDO O PASSADO


Ao reconhecermos as situações do passado permitimo-nos a nós mesmos encontrar a nossa sabedoria. Algo do nosso lado de crianças receia que uma experiência negativa se repita. Com a ajuda do terapeuta/ educador conseguimos relembrar as nossas dores e desesperos, que se transformaram num medo inconsciente reflectido em situações do presente. Ao tomarmos de modo consciente o papel de observadores, temos a oportunidade de perceber que o acontecimento anterior se distingue das emoções do presente, e que as emoções simuladas podem ser harmoniosamente substituidas por vivências actuais de plenitude e de verdade. No fundo é uma transmutação orientada através de uma meditação profunda. Esta movimentação permite substituir o velho pelo  inigualável presente.
Percebemos que o que é invisível pode ser presença. Reconhecendo as tristezas, os medos e as inseguranças, desidentificarmo-nos dos nossos papeis, substituindo as emoções por uma aceitação de tudo o que aconteceu. É o estar disponível para receber o novo através de uma consciencialização do momento exacto em que a emoção foi sentida, fazendo o desligamento das situações actuais, onde a mesma se reflecte fazendo perdurar uma permanente inquietude.
À medida que trazemos as nossas memórias trazemos simultaneamente uma necessidade e uma vontade de permitir a nós mesmos reconhecer aquilo que está escondido, a anterior negação, e que nos impede de ser livres. Aquilo que chamamos de liberdade acaba por estar condicionado pela inconsciência das emoções do passado. Aprendemos então a confiar numa intenção livre e criativa e numa nova compreensão da realidade.
É um momento de meditação que permite alhearmo-nos dos acontecimentos do exterior num encontro de paz e de tranquilidade interiores.

                                                                                                 Paula Faria