Portugal tem vindo,
nos últimos anos, a desenvolver uma política de incremento das energias
renováveis. No momento de crise económica profunda que se verifica em Portugal,
em que a sustentabilidade do ambiente se encontra ameaçada importa, mais do que
nunca, criar um espaço de reflexão em que os especialistas em ciências do
ambiente se possam pronunciar.
As centrais
fotovoltaicas representam um marco histórico na aposta de Portugal em avançar
para um modelo energético sustentável que refreie as mudanças climáticas. Aproveitam,
para tal, recursos endógenos e renováveis, contribuindo para o desenvolvimento
e o emprego a nível local, em particular no âmbito rural.
No Alentejo, foram
construídas duas instalações fotovoltaicas: uma na Amareleja e outra em Serpa.
A Central Solar
Fotovoltaica de Amareleja, com 46 megawatt, é dotada de um sistema de
orientação dos painéis solares. Ocupando uma superfície de 250 hectares, é
constituída por mais de 2.500 estruturas programadas para acompanhar
automaticamente a trajectória do sol sobre o horizonte em cada dia do ano e,
desse modo, optimizar a produção de energia. A produção está estimada em 93
milhões de quilowatt hora/ano. Num ano, poderão pois satisfazer o consumo de
30.000 lares evitando-se, desse modo, o lançamento para a atmosfera de 89.373
toneladas de emissões de CO2. Isso corresponderia a retirar de circulação
aproximadamente 40.000 veículos e a um efeito depurativo (para a atmosfera) de
4,5 milhões de árvores. Em termos económicos, reduz as importações de petróleo
em, aproximadamente, 55.000 barris que custam a Portugal cerca de 4 milhões de
euros.
A sua construção envolveu acções de
compensação ambiental, tais como plantação de azinheiras e melhoramento das
linhas de água.
A Central Solar
Fotovoltaica de Serpa, mais modesta, foi implantada numa área de 60 hectares,
dos quais 32 estão cobertos por 52 mil painéis fotovoltaicos; dispõe de uma
capacidade instalada de 11 megawatt.
A energia solar é uma
excelente fonte de energia renovável, extremamente competitiva, sobretudo em
países como Portugal que regista uma média de duas a três mil horas de sol por
ano. Apesar de requerer algum investimento para a sua instalação, acaba por ser
vantajoso a médio e longo prazo, uma vez que proporciona grande poupança
energética e económica. Apresenta a vantagem acrescida, de ser uma energia com
ausência de poluição muito significativa.
FNeves