terça-feira, 1 de julho de 2014

SOL, O OURO DO ALENTEJO


Portugal tem vindo, nos últimos anos, a desenvolver uma política de incremento das energias renováveis. No momento de crise económica profunda que se verifica em Portugal, em que a sustentabilidade do ambiente se encontra ameaçada importa, mais do que nunca, criar um espaço de reflexão em que os especialistas em ciências do ambiente se possam pronunciar.
As centrais fotovoltaicas representam um marco histórico na aposta de Portugal em avançar para um modelo energético sustentável que refreie as mudanças climáticas. Aproveitam, para tal, recursos endógenos e renováveis, contribuindo para o desenvolvimento e o emprego a nível local, em particular no âmbito rural.
No Alentejo, foram construídas duas instalações fotovoltaicas: uma na Amareleja e outra em Serpa.
A Central Solar Fotovoltaica de Amareleja, com 46 megawatt, é dotada de um sistema de orientação dos painéis solares. Ocupando uma superfície de 250 hectares, é constituída por mais de 2.500 estruturas programadas para acompanhar automaticamente a trajectória do sol sobre o horizonte em cada dia do ano e, desse modo, optimizar a produção de energia. A produção está estimada em 93 milhões de quilowatt hora/ano. Num ano, poderão pois satisfazer o consumo de 30.000 lares evitando-se, desse modo, o lançamento para a atmosfera de 89.373 toneladas de emissões de CO2. Isso corresponderia a retirar de circulação aproximadamente 40.000 veículos e a um efeito depurativo (para a atmosfera) de 4,5 milhões de árvores. Em termos económicos, reduz as importações de petróleo em, aproximadamente, 55.000 barris que custam a Portugal cerca de 4 milhões de euros.
 A sua construção envolveu acções de compensação ambiental, tais como plantação de azinheiras e melhoramento das linhas de água.
A Central Solar Fotovoltaica de Serpa, mais modesta, foi implantada numa área de 60 hectares, dos quais 32 estão cobertos por 52 mil painéis fotovoltaicos; dispõe de uma capacidade instalada de 11 megawatt.
A energia solar é uma excelente fonte de energia renovável, extremamente competitiva, sobretudo em países como Portugal que regista uma média de duas a três mil horas de sol por ano. Apesar de requerer algum investimento para a sua instalação, acaba por ser vantajoso a médio e longo prazo, uma vez que proporciona grande poupança energética e económica. Apresenta a vantagem acrescida, de ser uma energia com ausência de poluição muito significativa.

                                                      FNeves